Domingo | 30 de outubro, 2022

Desde 1990, vimos de tudo em matéria de promessas descumpridas. Mesmo antes, o Brasil demorou para se encontrar com as classes mais pobres.


A economia reflete em tudo o que fazemos, pois sem dinheiro para a subsistência e honrar compromissos somos relegados à decadência. Por sua vez, as políticas públicas proporcionam as condições para que a população de um país se desenvolva e evolua.

O Brasil cresceu desordenamente desde a Proclamação da República, sem capricho, sem um olhar caridoso, sem planejamento. As leis e os ordenamentos parecem ter sido feitos para poucos não para todos, voltados a interesses particulares não coletivos.

Essa realidade nos trouxe até este momento e às consequências das nossas próprias decisões. Apesar de que o panorama brasileiro mudou muito nas últimas três décadas em favor dos mais pobres, essas mudanças foram extremamente lentas e aviltantes, desnecessário falar de saúde, educação, segurança e sua qualidade.

Além de não proporcionarem os verdadeiros benefícios prometidos ao povo em cada uma das eleições dos últimos 32 anos, a classe política e judiciária – guardadas as honrosas exceções – se voltou para as facilidades e privilégios, que seus cargos ofereciam, e os ampliaram ao longo dos anos.

Corrupção, grandes quantias de dinheiro para gastar em campanhas, gabinetes e mordomias; norteiam o cenário do privilegiadíssimo funcionalismo público, baseado em um sistema caro e burocrático. Por sua vez, a justiça, tem-se mostrado contrária a ela mesma quando lança véus sobre fatos irrefutáveis.

O choque proporcionado por tudo isso não se abate sobre as classes mais pobres brasileiras que não têm tempo para se preocupar com decisões arbitrárias ou o universo dos legisladores, já que mal conseguem sobreviver – trabalhando e ganhando pouco, fazendo bicos aqui e ali.

A classe média do Brasil pode escolher melhor, é chamada de burguesia pelas classes empobrecidas. Todavia, à classe média, repleta de informações – agora também das redes sociais –, resta espernear por que pouco pode fazer. Chamada de burguesa pelos mais pobres está longe disso, também empobreceu.

Do topo da pirâmide econômica até sua base, todos os brasileiros que votarem neste domingo serão os protagonistas do futuro que pretendem entregar aos seus filhos, netos, esposas, amigos, pais, mães, avôs e avós.

A família brasileira decide hoje, se continua um projeto que está dando certo, sem corrupção e papas na língua ou se prefere acreditar que o crime compensa e que as palavras “ordem e progresso” escritas na bandeira do Brasil são apenas retóricas.