A Conferência das Partes (COP) é o maior evento das Nações Unidas global para discussão e negociações sobre as mudanças do clima. O encontro é realizado anualmente e a presidência se alterna entre as cinco regiões reconhecidas pela ONU.
Em 2025, o Brasil sedia a 30ª Conferência das Partes (COP30), que acontece em Belém, no Pará. A cidade escolhida oferecerá ao mundo uma plataforma única para debater soluções para a mudança do clima com os pés fincados no coração da Amazônia.
Neste sábado (15), dia 6 da COP30 no Brasil, o destaque foi que uma transição climática mais rápida depende do alinhamento entre sistemas financeiros, fundamentos éticos e cooperação global.
Hoje (16) é dia de descanso para os representantes dos governos que integram a COP 30 e demais participantes. Na síntese do sexto dia da COP30, o maior evento global das Nações Unidas para discussão e negociações sobre as mudanças do clima, os destaques foram Energia, Indústria, Transportes, Comércio, Finanças, Mercados de Carbono e Gases Não-CO₂.
O 6.º dia mostrou como países, investidores, pessoas e comunidades estão começando a construir o ambiente propício necessário para destravar capital em grande escala, ao mesmo tempo em que fundamentam a ação climática na equidade e na responsabilidade compartilhada.
As finanças ocuparam o centro das discussões, com reformas destinadas a mobilizar e direcionar capital para as linhas de frente da crise climática. O lançamento dos Princípios para Interoperabilidade de Taxonomias — desenvolvidos com o SB COP, o IDFC e ministérios da Fazenda — avançou na interoperabilidade global de padrões de finanças sustentáveis, um passo crítico para mobilizar os USD 1,3 trilhões de dólares anuais previstos no Mapa do Caminho de Baku a Belém.
Proprietários de ativos representando quase USD 10 trilhões se reuniram nesta semana para trabalhar com cientistas do clima, BMDs (Bancos Multilaterais de Desenvolvimento) e governos em ações como recomendações para o relatório do Círculo de Ministros das Finanças e para implementação via o Roteiro, enfatizando a necessidade de foco nos setores de difícil descarbonização e nos EMDEs.
Brasil e o Fundo Verde para o Clima (GCF) fortaleceram a arquitetura de investimentos por meio de novas Plataformas de Países e de um Hub de Plataformas de Países, ampliando o planejamento coordenado e escalando trajetórias nacionais para financiamento climático e da natureza. A expansão da Coalizão de Solidariedade dos Passageiros Frequentes Premium e novos compromissos com taxas solidárias sinalizaram crescente impulso em torno de fontes inovadoras e equitativas de receitas para adaptação e perdas e danos.
Em Belém, milhares se reuniram para pedir justiça climática, proteção de territórios e ações governamentais mais fortes durante a Marcha Mundial pelo Clima, organizada pela Cúpula dos Povos e acompanhada por povos indígenas, jovens, movimentos sociais, comunidades tradicionais e trabalhadores.
Em conjunto, os resultados de hoje mostram que a COP30 está construindo as bases financeiras e éticas necessárias para acelerar a implementação e entregar uma transição justa, centrada nas pessoas e na economia real.
Ações e Resultados Notáveis
Agenda de Ação:
– Avanço das Taxas de Solidariedade como Pilar do Financiamento Climático sem Endividamento
“O lançamento da Coalizão de Solidariedade dos Passageiros Frequentes Premium prova que taxas solidárias podem sair do campo das ideias para se tornar realidade. Este é apenas o primeiro passo. Agora, conclamo mais países a se juntarem a nós na COP30 e transformarem esse impulso em mudança global duradoura.”
— Laurence Tubiana, Enviada Especial da COP30 para a Europa; Co-líder da Força-Tarefa Global de Taxas de Solidariedade.
– Líderes Financeiros Traçam Caminhos para Operacionalizar o Roteiro de Baku a Belém e Entregar a Visão de USD 1,3 Trilhão.
“Este é o início de uma era de verdade no financiamento climático”, disse Corrêa do Lago. “Para cumprir o Acordo de Paris mais rapidamente, a ação climática precisa estar integrada às reformas econômicas e financeiras reais. Com os 5Rs, o Roteiro transforma urgência científica em um plano prático de cooperação global e resultados.”
— Embaixador André Corrêa do Lago, Presidente da COP30.
– 14 novas plataformas de países anunciadas, lançamento do Hub de Plataformas de Países.
“Saúdo o Brasil e Uganda por convocarem o Hub de Plataformas de Países. O Fundo Verde para o Clima (GCF) está ansioso para explorar oportunidades de apoiar esse esforço. Plataformas nacionais representam oportunidade estratégica para reunir governos, setor privado e parceiros de desenvolvimento em torno de um processo para identificar políticas e investimentos prioritários, além de alinhar financiamentos público e privado, internacional e doméstico.”
— Mafalda Duarte, Diretora Executiva do GCF.
– Primeiro Grupo de Proprietários de Ativos Apresenta Recomendações;
– Iniciativa de Roteiro de Taxonomias para Avançar Interoperabilidade de Finanças Sustentáveis;
– Coalizão Aberta para Mercados de Carbono de Conformidade.
– Presidente da COP30 abre os trabalhos do Fórum Integrado sobre Mudança do Clima e Comércio (IFCCT);
– Declaração sobre o Custo Econômico da Inação Climática — Evento sobre Taxonomia — Evento de Alto Nível NGFS e Banco Central do Brasil (BCB) sobre Finanças para Sustentabilidade.
“Nossos cenários mais recentes mostram que a mudança do clima não é mais um risco no horizonte, é um perigo iminente… É necessário um esforço de toda a economia para evitar severas disrupções e garantir estabilidade financeira.”
— Sabine Mauderer, presidente do Network for Greening the Financial System (NGFS)
“Gerenciar os riscos climáticos de forma eficaz não é apenas uma questão ambiental, é fundamental para construir resiliência financeira. Ao fazer isso, podemos contribuir para uma transição suave rumo a uma economia sustentável.”
— Fundi Tshazibana, vice-presidente do NGFS, vice-governador do Banco Central da África do Sul
– Grande Oportunidade para Reduzir Metano e Outros Gases Não-CO₂.
“À medida que chegamos ao final da primeira semana, observamos uma mudança significativa da ambição para a execução dentro da Agenda de Ação, enquanto governos, empresas, governos locais e regionais, povos indígenas e a sociedade civil aproveitaram o poder de articulação da COP30 para impulsionar soluções reais para uma economia mais resiliente e de baixo carbono.
114 planos para acelerar soluções — desenvolvidos por coalizões em 30 Grupos de Ativação — foram publicados e já estão disponíveis no site da UNFCCC. Eles reúnem iniciativas existentes sob um mesmo guarda-chuva para cumprir objetivos específicos nos 6 eixos.
Eles detalham como empresas, investidores e comunidades estão trabalhando juntos para transformar ambição em implementação, acionando as alavancas da oferta, demanda, financiamento e política. E, nesta semana, os parceiros anunciaram um conjunto de ações imediatas para acelerar a implementação desses planos.”
— Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível da COP30.
“Até agora, há um ambiente construtivo em Belém. É positivo que a presidência esteja mantendo um roteiro para a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis. A ciência mostra claramente que precisamos reduzir as emissões em 5% ao ano, a partir de agora, para ter qualquer chance de minimizar o overshoot e evitar a destruição dos sistemas de suporte à vida para bilhões de pessoas.”
— Carlos Nobre, renomado cientista brasileiro e membro do movimento Guardiões Planetários (Planetary Guardians).
Negociações:
– As partes transferiram formalmente os rascunhos de decisões dos Órgãos Subsidiários para as principais trilhas de negociação, marcando a transição das negociações técnicas para as políticas e abrindo caminho para as decisões finais no fim da segunda semana.
Mobilização global:
– Brasil Apresenta Mobilização Nacional para Implementar o Código Florestal;
– Lideranças Indígenas Pedem que Negociadores Climáticos Reforcem a Proteção das Florestas.
Com as informações do resumo, foi divulgado pela Equipe de Comunicação da ONU/COP30.
Destaque – Imagem: UN COP30 / Reprodução



