Sexta-feira, 29 de abril de 2016 às 12h20
Torcida brasileira faz a festa em cerimônia no épico Estádio Panatenaico, em Atenas.
André Naddeo | Rio 2016
Público de 30 mil pessoas, dia de sol e céu azul, gritos da torcida brasileira e danças e representações culturais típicas da Grécia e do Brasil. Em cerimônia no Estádio Panatenaico, em Atenas, na Grécia, a chama dos Jogos Olímpicos passou para as mãos brasileiras. O último evento em solo helênico do revezamento da tocha Rio 2016 não só empolgou o épico palco do início dos Jogos Modernos, como contou com apresentações culturais de ambos os países.
Duas horas antes do início da celebração, a fila em torno do palco já era grande. E por mais que fosse um evento internacional, com jornalistas dos cinco continentes presentes para uma grande cobertura, era cena mais do que comum ouvir conversas em português em plena região central da capital grega. Junto com amigos “de todas as partes do Brasil”, a publicitária Érica Quaresma, 36 anos – que vive em Atenas há 15 –, citou que “este é um momento histórico para os dois países”. “O Brasil invadiu a Grécia”, completou, antes de se juntar aos amigos para cantar o famoso “eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”.
“A simbologia de receber a chama dos Jogos Olímpicos aqui onde foram os Jogos de 1986 nos dá uma emoção muito grande. E uma responsabilidade muito grande. Mais do que isso, a cerimônia foi espetacular, trouxe toda a tradição dos Jogos. Hoje saímos todos daqui com uma grande emoção”, disse o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Nuzman, após receber a tocha Olímpica das mãos do presidente do Comitê Olímpico Grego (HOC), Spyros Capralos.
Emoção que também foi constante nas arquibancadas – o verde e o amarelo brasileiros, e o azul e branco gregos coloriram o estádio que remonta há cinco séculos antes de Cristo. “É um estádio incrível, tem uma energia muito forte. Já visitei outras vezes, mas hoje, com o verde e amarelo, foi diferente”, disse a guia turística Antônia Azevedo, há 10 anos radicada na Grécia. Ela organiza rodas de capoeira para os locais e garantiu que “os gregos são loucos por capoeira”.
Dança com raízes africanas, com os fortes tambores do conjunto percussionista Quilombo, contagiou a arquibancada. O Brasil também esteve representado pela união de três projetos culturais: Barracão da Poti, Caramuela e Geraldo Júnior. O maracatu e a zabumba do forró animaram ainda mais o público. “Queríamos um recorte diferente, fora dos padrões óbvios. É uma sonoridade com samba, mas mostrando também toda a riqueza cultural do Brasil”, comentou Carla Camurati, diretora de cultura do Comitê Rio 2016.
Do lado grego, a cerimônia contou ainda com danças representativas da cultura grega, além da apresentação do cantor pop local Sakis Rouvas. “A mensagem é universal, de união dos povos, dos valores do esporte, são essas mensagens que há séculos os gregos criaram e que desde que se recriou os Jogos Olímpicos modernos a chama representa isso. A união em torno do esporte brasileiro é a principal mensagem que a tocha vai levar ao Brasil”, concluiu o ministro dos Esportes, Ricardo Leyser.
Antes de chegar à Brasilia em 3 de maio, a tocha Rio 2016 passa pela sede do Comitê Olímpico Internacional (COI), em Lausanne, e na sede da ONU, em Genebra. No Brasil, percorre mais de 300 cidades, pelas mãos de 12 mil condutores, até a cerimônia de abertura dos Jogos Rio 2016 no Maracanã, no dia 5 de agosto.
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