Sábado | 20 de maio, 2023
A transparência das informações e a tecnologia utilizada nas pesquisas são destaque. Em sua reta final, ironicamente os dois grupos de não respostas ao Censo 2022 mais significativos estão nos condomínios de alta renda e nas favelas.
O IBGE reuniu em sua sede, no Rio de Janeiro, um grupo de demógrafos e estatísticos de reconhecida excelência no cenário nacional e internacional para avaliar os resultados preliminares do Censo 2022. A convite do presidente interino Cimar Azeredo, eles participaram da oficina de apresentação e avaliação dos resultados populacionais preliminares do Censo Demográfico 2022, entre 10 e 12 de maio. Após três dias de discussões, os especialistas vão elaborar um relatório chancelando o esforço prático e metodológico empenhado pelo IBGE desde o início da coleta censitária, em 1º de agosto de 2022. Este relatório terá a chancela do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), que também acompanhou o evento. O documento está previsto para ser publicado nos próximos 30 dias.
Revisão e aprimoramento são possíveis
Transparência, tecnologia, superação foram palavras de destaque durante a oficina promovida pelo IBGE. Na sessão de abertura, Cimar Azeredo explicou detalhadamente os desafios da operação censitária, ressaltando que erros e acertos ao longo da jornada tornam o trabalho passível de ajustes. “Os resultados do Censo não estão escritos em pedra. Sempre é possível revê-los e aprimorá-los”, comentou, pedindo apoio dos especialistas nesta tarefa.
Tecnologia
Cimar também citou como positivos o uso da tecnologia como aliado na busca de um Censo de qualidade e a um controle maior da operação em tempo real, bem como as recentes ações de mobilização visando a diminuição do índice de não resposta, hoje abaixo de 4,5% na média do país. “Iniciativas de peso nacional como o Favela no Mapa e o Condomínios no Mapa, convocando os residentes dessas áreas a responder ao Censo, foram bem-sucedidas”, afirmou.
Condomínios de luxo
Para coletar a informação ainda não captada no âmbito do Censo Demográfico 2022, o IBGE promoveu, no dia 15, a Ação de Mobilização do Censo em Áreas de Alta Renda – Condomínios no Mapa. Equipes de recenseadores e servidores do Instituto participaram de eventos de conscientização Brasil afora, em 18 estados da Federação. “Neste esforço final de recenseamento, queremos sensibilizar os moradores de áreas de alto poder aquisitivo sobre a importância de responder ao Censo”, explica Cimar Azeredo, que participou da ação no Rio de Janeiro. Enquanto a média nacional de não resposta ao Censo é de 5,5%, a recusa em receber o recenseador chega a 30% em alguns blocos de condomínios de alto padrão.
Favelas
Ainda no dia 25 de abril, o IBGE realizou em 20 estados, outra Ação Nacional de Mobilização com o objetivo de reduzir o percentual de domicílios onde não responderam ao Censo 2022 nos aglomerados subnormais, popularmente conhecidos como favelas, comunidades, vilas, grotas ou palafitas. A iniciativa teve a parceria da Central Única das Favelas (Cufa) e do Data Favela em seis estados — Bahia, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina — onde recebeu o nome de Favela no Mapa. Maria Lúcia Vieira, diretora-adjunta de pesquisas do IBGE, destacou a relevância desse esforço conjunto para conseguir retratar as comunidades em todo o Brasil. “É muito importante saber esse número, para o Brasil, para sociedade e especialmente para quem mora nas comunidades”, enfatizou.
Fonte: IBGE
– Oficina de Avaliação
Reportagem: Carlos Alberto Guimarães e Caio Belandi
– Censo 2022: Condomínios de alta renda
Reportagem: Carlos Alberto Guimarães, Daniele Souza e Guilherme Silva sob supervisão de Ralph Izumi
– Censo 2022: Censo nas favelas
Reportagem: Vinícius Britto e Caio Belandi | Arte: Licia Rubinstein
Destaque: Presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo abriu os trabalhos da Oficina de apresentação e avaliação dos resultados preliminares do Censo 2022. Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias