Domingo | 2 de julho, 2023

Esse número é 34% maior que em 2010 e totaliza 90,7 milhões. A capital paulista, como município mais populoso do país, também tem o maior número de domicílios, com 4,9 milhões. Frente aos dados de 2010, o crescimento foi de 27%.


Estes dados fazem parte dos primeiros resultados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na quarta-feira (28). Ainda de acordo com o órgão, no país, a média de moradores por domicílio é de 2,79. Neste item houve queda em relação a 2010 (3,31). Em 2022, a densidade demográfica do país chegou a 23,9 habitantes por km². Dessa forma, a densidade populacional continua desigual entre as regiões. No Norte, que concentra 45,2% do território do país, a densidade é de 4,5 hab/km², mas há que se levar em conta a região amazônica e sua preservação. Já no Sudeste, a média é de 91,8 pessoas por quilômetro quadrado.

Domicílios vagos e de uso ocasional

Em 2022, havia 90,7 milhões de domicílios no país, um aumento de 34% frente ao Censo 2010, quando existiam 67,5 milhões. Dos recenseados em 2022, 90,5 milhões eram domicílios particulares permanentes e 72,4 milhões estavam ocupados durante a operação censitária, um aumento de 26% no mesmo período. Os domicílios improvisados somaram 66 mil e os coletivos, 105 mil. Esse aumento no total de domicílios do país está relacionado ao crescimento expressivo de duas categorias: os vagos e os de uso ocasional. Quando considerados os domicílios particulares permanentes não ocupados, em que há a soma dos dois tipos, o aumento foi de 80%, chegando a 18 milhões em 2022. Os domicílios particulares vagos aumentaram 87%, chegando a 11,4 milhões, enquanto os de uso ocasional cresceram 70% em 12 anos, totalizando 6,7 milhões. Os três municípios com maior percentual de domicílios vagos são nordestinos: São João do Jaguaribe, no Ceará (29,1%), Canavieira, no Piauí (28,1%) e Bom Sucesso, na Paraíba (27,2%).

 

 

“Os domicílios vagos são aqueles em que não há ninguém morando. Já os de uso ocasional são aqueles que são ocupados parte do tempo, como os de veraneio. De 2010 para cá, o aumento de domicílios ocupados foi maior, em números absolutos, mas em termos de proporção, os não ocupados tiveram um ganho maior no período”, afirma o gerente técnico do Censo, Luciano Duarte.

Aumento do número de domicílios

De acordo com o demógrafo do IBGE Márcio Minamiguchi, além do crescimento dos domicílios vagos e de uso ocasional, o aumento também é explicado por uma mudança nas estruturas das famílias do país, que, menores, passaram a ocupar uma quantidade maior de lares. “Com o envelhecimento da população, que é ligado a uma taxa menor de fecundidade, é natural que se diminua o número de moradores por domicílio. No passado havia uma quantidade maior de famílias constituídas de um casal com filhos e normalmente eram muitos filhos. Hoje em dia, houve queda nesse tipo de arranjo familiar, com aumento de participação de outros arranjos, como casal sem filhos, mãe solo e unipessoais. Quando há casais com filhos, a quantidade é menor, em geral um ou dois. Ou seja, houve um aumento no número de arranjos com menos pessoas”, explica.

São Paulo concentra maior número de domicílios

O número de domicílios aumentou em todos os estados e no Distrito Federal. São Paulo, que concentrava cerca de um quinto da população brasileira (21,8%), tinha 19,6 milhões de domicílios em 2022, o maior número entre os estados. Doze anos antes, havia 14,9 milhões. Assim como é a cidade mais populosa, a capital paulista também tem o maior número de domicílios do país, com 4,9 milhões. Na comparação com os dados de 2010, quando foram recenseados 3,9 milhões, houve aumento de 27%.

 

 

Uso ocasional

Entre os municípios com maiores percentuais de domicílios de uso ocasional estão três do litoral gaúcho: Arroio do Sal (72,1%), Xangri-lá (70,7%) e Cidreira (67,9%). Nas concentrações urbanas com maior percentual de domicílios desse tipo, também se destacam as litorâneas, como Tramandaí (45,3%), no Rio Grande do Sul, e Caraguatatuba (40%), em São Paulo. Das capitais, apenas Florianópolis aparece na lista das 20 concentrações urbanas com maiores percentuais, tendo 10,8% de seus domicílios caracterizados como de uso ocasional. A taxa de resposta do Censo 2022 é de 95,8%


Fonte: IBGE / Censo Demográfico 2022 / Primeiros resultados


Destaque – Vista aérea da cidade de São Paulo. Foto: Diogo Moreira/Divulgação Governo de São Paulo