Domingo, 20 de agosto de 2017 às 13h39
Primeiro alerta foi feito em 28 de junho. Na próxima semana, completará dois meses desde que o órgão prometeu resolver o problema.
A Prefeitura fiscaliza, multa e age com rigor contra os cidadãos infratores. Agentes de trânsito (urbano e rodoviário) são orientados a exigirem uma boa conservação dos veículos, ou seja, se o seu carro estiver com uma lâmpada queimada, farol desregulado ou pneu careca, poderá ser multado por infração grave e 5 pontos na carteira. Estas e outras exigências, segundo os órgãos de trânsito, fazem com que todos tenham mais segurança e possam trafegar com tranquilidade pelas ruas (ops!) da capital e estradas paulistas.
Quando falamos das ruas, faltou acrescentar: esburacadas. Sim, ruas esburacadas, desniveladas, mal consertadas e eternamente remendadas. Esta é a terceira reportagem sobre duas crateras que estão se alastrando na esquina da Rua Emílio Mallet com a Rua Antonio de Barros. O pior é que uma equipe do tapa-buraco fez consertos a poucos metros, deixando estes por fazer, sob as mais estranhas alegações, tais como, término dos produtos aplicados. Mas como isso é possível se, conforme explicou a assessoria da Regional Mooca, existe uma inspeção anterior? Sobre as estradas, basta lembrarmos as toneladas de alimentos perdidos e prejuízos milionários aos transportadores e caminhoneiros, devido à corrupção e falta de zelo.
Em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura Regional da Mooca sobre esta questão específica desde a primeira reportagem no dia 28 de junho, fomos informados que o problema seria resolvido até o dia 3 de julho, mas não foi. Novamente questionamos a assessoria do órgão no dia 28 de julho (um mês depois), a resposta é que uma equipe havia feito a inspeção naquele mesmo dia e só estavam aguardando outra equipe para o conserto.
Leia as reportagens anteriores sobre este assunto específico
Tatuapé: motoristas e pedestres fazem peripécias para evitar buracos
Buracos continuam ganhando a corrida contra a prefeitura no Tatuapé
Neste domingo (20), faltando uma semana para completar dois meses desde o primeiro alerta, o buraco aumentou de tamanho, como pode ser observado nas imagens ou acessando as reportagens anteriores. Agora já ganhou status de cratera, tragando totalmente a roda de um carro, o que pode causar diversos transtornos e prejuízos aos motoristas.
O prefeito regional da Mooca, Paulo Sergio Criscuolo, ainda não encontrou um tempo para atender nossa reportagem ou pelo menos responder nossas perguntas – conclusão a que chegamos devido às tentativas que fizemos no intuito de esclarecermos à população sobre como será a atuação do órgão no Tatuapé na atual gestão que teve início em janeiro deste ano. Nossas questões estão voltadas para as ciclovias (quais serão desativadas?), a falta de manutenção das ruas (quando haverá um recapeamento mais uniforme em várias delas?), estacionamento em 45º (por que não são aproveitados espaços?), qual a verdadeira utilidade em fazer uma faixa nas esquinas transformando uma pista em duas?), entre outras.
Empurra-empurra, com a barriga
Entendemos que estacionamento em 45º e faixas de rolamento, são questões ligadas aos órgãos de trânsito, propriamente à CET, mas se esta não responde, a quem devemos nos reportar, se não ao Prefeito Regional?
Que fim levará o parque Sampaio Moreira? Desativado para a construção de uma obra eleitoreira do ex-prefeito Fernando Haddad, recebeu verbas municipais e a pomposa sigla de CEU Carrão. Quando será terminado? Quanto dinheiro foi gasto? Até agora nenhum órgão conseguiu responder, apesar das nossas tentativas junto aos responsáveis.
Os jornalistas conhecem bem o jogo de empurra-empurra das autoridades e seus subordinados, mas ninguém melhor do que o povo para experimentar o empurra com a barriga, na prática!
Evidente que o tempo hoje é extremamente valorizado e acumulando a administração de seis distritos (Pari, Brás, Mooca, Água Rasa, Belém e Tatuapé) entendemos que o Prefeito Regional tenha uma agenda repleta, mas nossas perguntas podem ser respondidas por email. Fica aqui, mais uma vez o convite, à assessoria.
É importante lembrar que o mesmo órgão que recebe o dinheiro de multas aplicadas rigorosamente, teve a incapacidade de instalar um semáforo na contramão da Rua Apucarana (leia mais sobre o assunto), e não bastasse a tamanha falta de noção, levou um ano para retirá-lo, mesmo diante dos alertas. O poste que o sustentava ainda está lá para que ninguém duvide, o dinheiro público não é respeitado.
Dois pesos, duas medidas
As punições aplicadas pelos órgãos municipais se estendem também às calçadas, que de acordo com eles são responsabilidade dos cidadãos. Tanto é assim que os contratos com as empresas de limpeza não preveem a manutenção e limpeza das calçadas. Equipes de catadores que agem no Tatuapé recolhendo o lixo reciclado colocado nas portas das casas para que sejam devidamente levados pelas contratadas da Prefeitura, fazem a maior bagunça, deixando um rastro de lixo por onde passam, carregando montanhas de recicláveis com seus veículos motorizados adaptados (peruas kombis antigas, pickups, que há muito deveriam estar fora de circulação). Nada contra o recolhimento dos catadores que prestam um bom serviço auxiliando na limpeza, mas à sujeira que fazem.
Se por um lado, o morador é responsabilizado por seus atos, o cidadão deve ser rigorosamente honesto e cumpridor dos seus deveres, não vemos a mesma rigidez com aqueles que deveriam ser exemplo, ou seja, as autoridades e órgãos públicos. Os moradores do Tatuapé, assim como o povo brasileiro estão sujeitos à eterna aplicação da justiça cega, mas que enxerga quando interessa. Quem paga os prejuízos dos motoristas que têm pneus e rodas avariados pela falta de manutenção das ruas? Esta pergunta já tem resposta garantida.
Leia mais sobre
TATUAPÉ
Leia as últimas publicações