A afirmação foi divulgada pela Horus & FGV IBRE, referindo-se ao mês de setembro/23, com que entre -3,6% a -0,7% em relação ao mês anterior. “Apenas na capital de Salvador, o custo médio se manteve estável. O resultado retoma a tendência de retração, verificada desde o início de 2023, brevemente interrompida em agosto passado”.
A HORUS Inteligência de Mercado e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas – FGV IBRE se uniram para lançar a plataforma Cesta de Consumo. O serviço monitora a variação de preço de duas cestas de consumo típicas brasileiras pela análise da leitura mensal de mais de 35 milhões de notas fiscais: a Cesta de Consumo Básica, que conta com 22 alimentos básicos com maior presença nas compras do shopper (papel exercido pela pessoa que compra o mesmo produto), e a Cesta de Consumo Ampliada, contendo mais de 50 produtos de consumo, incluindo bebidas e itens de limpeza, higiene e beleza.
Cesta básica nas maiores capitais
A plataforma monitora a variação e o comportamento dos preços nas oito maiores capitais brasileiras em população – Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, e os produtos e quantidades analisados variam conforme os hábitos de consumo locais.
As cidades que registraram as maiores quedas foram São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte com -3,6%, -3,4% e -3,3%, respectivamente. Já Salvador foi a única cidade em que não houve redução no preço médio, apresentando estabilidade em relação ao mês anterior. A cesta mais cara continua a ser a do Rio de Janeiro (R$ 830,82), seguida pelas de São Paulo (R$ 784,44) e Fortaleza (R$ 700,67).
Mesmo com alta do IPCA-15 em setembro para 0,35%, considerada uma prévia da inflação, tal aumento não refletiu no preço dos alimentos nas gôndolas, visto que o grupo de Alimentação e bebidas, um dos nove grupos pesquisados para compor o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), apresentou uma queda de -0,77%.
Legumes, arroz, margarina e proteína animal
A redução nos preços foi percebida em todas as capitais em legumes e na margarina, e na maioria delas houve também redução no valor dos ovos e das proteínas de origem animal. A queda no preço dos legumes foi puxada pela redução do valor da cebola, batata, cenoura, frequentemente presente nos carrinhos de compras. A baixa no custo é devida à oferta dessas leguminosas em patamares elevados.
Ovos e as fontes de proteína animal tiveram seus custos de produção reduzidos, devido à safra recorde de grãos no Brasil, gerando queda no preço final. Os ovos, em especial, possuem sua vida de prateleira atrelada à temperatura ambiente. Com as recentes altas temperaturas encurtando a validade dos ovos, foi necessário estimular as vendas, reduzindo, assim, o preço nas gôndolas.
Por outro lado, o arroz apresentou altas em todas as capitais devido à menor disponibilidade interna, resultado da redução da produção, e ao bom fluxo de exportação do cereal.
Queda nos preços
Apesar da tendência geral de baixa de preços, alguns produtos apresentaram alta em quase todas as capitais.
A redução no valor da cesta básica na maioria das capitais em setembro é reflexo da queda nos preços de produtos importantes presentes em diversas refeições na mesa do consumidor, como legumes e fontes de proteína animal, favorecendo, especialmente, os consumidores de mais baixa renda, que gastam a maior parte de seu orçamento doméstico com alimentação.
Fonte: HORUS & FGV IBRE
Destaque – Imagem: aloart
Publicação:
Domingo | 22 de outubro, 2023