Como tem acontecido, politicamente o Brasil vive sob a ‘pena’ do ministro Alexandre de Moraes, um indivíduo que representa a Suprema Corte ou o Poder Judiciário e interpreta as leis de acordo com os seus interesses, favorecendo as decisões do Poder Executivo e as dos grupos aos quais adere, majoritariamente contrários aos princípios da liberdade e aos preceitos constitucionais do país; dessa maneira, sobrepujando o Poder Legislativo ou dominando suas ações por meio de joguetes e negociatas.
Nada mudou no Brasil. Na madrugada deste sábado (22), a vingança contra um brasileiro que levanta milhões nas ruas se configurou inexorável; uma amostra do que se pode esperar. As repercussões estão na sociedade, nos meios políticos, jurídicos e jornalísticos do país e continuam na imprensa internacional. O The New York Times resumiu bem o episódio que levou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à prisão preventiva, contrariando recomendações médico-cirúrgicas, mas principalmente legais: “Debate gira em torno da concessão de anistia ao Sr. Bolsonaro e aos demais réus […] lançando uma sombra sobre uma jovem democracia com um longo histórico de golpes de Estado”.
Apesar das palavras de apoio dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP); Paraná, Ratinho Júnior (PSD-PR); Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO); e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), amplamente divulgadas na mídia e nas redes sociais, nada muda. A nota oficial do Partido Liberal, as manifestações de Michelle Bolsonaro ou do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) — a casa das leis — dizendo que “a prisão do ex-presidente não se justifica”; nada muda. A política no Brasil é simplesmente lamentável.
O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), em artigo publicado na Gazeta do Povo, sob o título “A prisão ilegal de Bolsonaro e o que isso significa para você”, traz uma definição do que se pode esperar se o silêncio predominar: “Não se trata de defender uma pessoa — trata-se de defender a liberdade de todos”. Em raciocínio lógico, o parlamentar define que, se Bolsonaro, capaz de mobilizar milhões, pode ser preso com frágeis justificativas — na verdade já estava em prisão domiciliar —, em estado de saúde precário e incompatível com a prisão, conforme os médicos, comprova-se, outra vez, que, nas palavras de van Hatten, a “Constituição precisa voltar a valer” e os fatos que vêm ocorrendo contra os apoiadores e a família do ex-presidente configuram explicitamente perseguição política.
Indicações de nomes para cargos precedem a Democracia
O Congresso Nacional, que representa o Poder Legislativo, calou-se mais uma vez, por meio dos seus presidentes. Esse silêncio fere a liberdade e evidencia a troca de favores entre políticos que tentam ganhar espaço com a humilhação alheia. De acordo com apurações da Revista Oeste, a oposição enxerga uma oportunidade de pautar a Anistia, devido ao desgaste entre o atual presidente brasileiro, Luiz Inácio (PT), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por divergirem sobre a indicação de um nome para a vaga do ex-ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Indicações de nomes para estes ou aqueles cargos, interesses partidários, privados e particulares; infiltração do crime organizado; ou as próximas eleições e a manutenção no poder. Politicamente esses aspectos mesquinhos predominam sobre as leis e a liberdade no Brasil. Políticos tentam ‘costurar’ a votação da Anistia no Senado — já aprovada na Câmara dos Deputados — perante Davi Alcolumbre, que, como presidente, detém o poder de colocar o tema em pauta. Este, por sua vez, negocia e faz bravatas. Enquanto isso, os reflexos da sua indecisão refletem na economia, nas incertezas, na visão que o Brasil transmite ao exterior.

Lula recebe ministros do STF para jantar em apoio a Moraes, em julho deste ano, antes de este se manifestar a respeito das sanções americanas que elevaram as taxas de importações do Brasil para 50% em represália ao que Trump começa chamando de “caça às bruxas” e “vergonha internacional” em carta enviada ao Palácio do Planalto, quanto à possibilidade do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. De fato, ele foi julgado e condenado e agora preso preventivamente por suposição de que estaria arquitetando uma fuga durante uma vigília de orações. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Quatro presidentes presos em sete anos
Nada muda, nem mesmo a vergonha do país de ter quatro presidentes presos em apenas sete anos. Três deles por corrupção — Lula, Temer e Collor — e Bolsonaro por perseguição política. O silêncio e a aceitação de tudo o que vem acontecendo desde a soltura, em 2019, daquele que ocupa a presidência — condenado por corrupção e lavagem de dinheiro — comprovam que no Brasil é possível que alguns homens e seus ‘apetites’ por poder afetem a vida e o cotidiano de milhões de cidadãos que se sentem indefesos diante dessa opressão ditatorial.
Enquanto o populismo de líderes da esquerda, que ultrapassam os limites da ridicularidade, pratica joguetes e negociatas políticas para contentar uma parcela da população — cuja pobreza de recursos financeiros ou intelectuais e à qual as possibilidades de ascensão foram sonegadas durante décadas e qualquer assistencialismo é visto com bons olhos —, vive na pobreza e é mantida sob o controle de quem na verdade só engana e protela ao longo do tempo seu desenvolvimento. Os sucessivos governos e devidas legislações mantêm as maiores taxas de impostos do mundo incidindo sobre a indústria, o comércio e o consumo, para manter suas regalias e a gigantesca máquina pública, sendo que o atual governo está conseguindo superar seus próprios recordes de irresponsabilidade com o dinheiro público, com a gastança.
Como disse a respeito da prisão de Jair Bolsonaro, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos — país que lutou as suas próprias batalhas e ainda defende a liberdade contra ditadores e maníacos: “É uma pena”.
Destaque – Ex-presidente Jair Bolsonaro é preso neste sábado, 22 de novembro. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil



