Sábado | 24 de setembro, 2022
Grandes corporações investem nessa “indústria” de influenciadores meta-humanos movidos a IA (AI – Artificial Inteligence, na sigla em inglês) em busca de audiência para suas redes sociais.
Corpos perfeitos, roupas da moda, rostos capazes de expressar as mais diferentes emoções humanas, os avatares e figuras virtuais já fazem parte das interações do dia a dia nas redes sociais, como o Instagram e YouTube. Ayayi ou Lilmiquela – que já alcançou a casa dos milhões (3M) de seguidores –, exercem seu poder sobre nós.
Influencia sobre humanos
Em um mundo que se deixa levar pelos movimentos das redes sociais, os robôs estão influenciando o comportamento humano e o uso de marcas famosas. Ayayi, considerada a primeira influenciadora meta-humana, foi criada pela empresa japonesa Ranmai Technology. Seus modelos exercem papéis importantes no marketing de grandes corporações globais. A empresa, que é líder na criação e produção dos robôs virtuais dotados de IA, investiu 10 anos em pesquisas dos movimentos e expressões faciais humanas na busca da perfeição.
DNA 100% digital
Outra influenciadora famosa é @lilmiquela, que trabalha para marcas como Samsung, Prada e Nike. Ela foi criada há seis anos, vive em Los Angeles, CA – EUA e se descreve como um robô de 19 anos. “No começo, eram os idosos da comunidade. Os líderes religiosos. Os especialistas. Os jornalistas. As celebridades. Os influencers. E agora, os influenciadores movidos à Inteligência Artificial. Como, por exemplo, Miquela,” escreveu Eduardo Fernandes ou apenas Eduf, sobre o comportamento humano baseado em DNA 100% digital.
Influencers humanos e digitais
Com o mesmo poder de influência sobre sua audiência quanto um influenciador real, faz diferença para as marcas se Miquela foi gerada por um computador? Questionou o Diário do Comércio de São Paulo sobre o tema. “Pensando diretamente em vendas, Maurício Venancio, consultor em tecnologia para varejo, responde que não. Entretanto, pensando em relacionamento, faz muita diferença. Ele explica que embora tenhamos passado décadas vendo profissionais de carne e osso de muitas áreas sendo trocados por máquinas, o fator humano sempre foi determinante no varejo,” publicou.
Cedo ou tarde tudo muda
Venâncio ainda faz uma consideração: “em um momento em que as marcas trabalham tanto para se humanizar, seria a hora de investir em algo que nos distancia tanto das imperfeições da realidade?”. Por sua vez, Eduf também levanta uma série de questionamentos em seu artigo sobre os robôs influenciadores, tais como, se eles influenciarão os comportamentos humanos a longo prazo, se isso vai gerar um cansaço ou “no futuro vamos ter sérias dificuldades de perceber se estamos agindo de maneira robótica ou espontânea? Só o tempo vai dizer,” conclui.