Apesar de negar seu envolvimento com a fraude bilionária do INSS, empresário continuará preso preventivamente.
Ouvido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que está investigando o prejuízo bilionário ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na quinta-feira (25), o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, negou envolvimento com descontos indevidos e afirmou que o aumento de patrimônio em R$ 14 milhões em menos de três meses no ano passado foi fruto de trabalho.
Preso preventivamente pela Polícia Federal desde o dia 12, disse que a culpa pelo esquema de descontos indevidos nos benefícios de aposentados é das associações, que não teve participação, e explicou que, desde 2017, quando começou a atuar, só vendia um aplicativo que facilitaria a relação entre associações e associados, ofertando serviços como descontos em farmácias, auxílio-funeral e seguros de vida.
Afirmando que não recrutava associados e nem acessou o sistema do INSS. Para ele, podem ter ocorrido “falhas” no sistema porque o INSS apresenta fragilidades de fiscalização e citou notícias sobre vazamento de cadastros e senhas.
Patrimônio se deve ao trabalho
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), questionou sobre o aumento do seu patrimônio em 14 milhões em menos de três meses e afirmou que Antonio Carlos era procurador de algumas associações como a Ambec, que teria passado de 3 associados para 600 mil em apenas dois anos. Amparado por um habeas corpus decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele não respondeu às perguntas do relator.
Aos parlamentares, Antonio Carlos falou que o personagem ‘Careca do INSS’ não existe e, logo na abertura da sessão, rejeitou a alcunha de ‘Careca do INSS’. Segundo seu depoimento, está sendo vítima de uma narrativa construída pela imprensa e adversários políticos.
“Jamais fui este personagem fictício, o chamado Careca do INSS. Induziram pessoas de bem, veículos de comunicação respeitados, profissionais de imprensa e toda a sociedade a acreditarem em uma narrativa fantasiosa”, justificou.
Ainda durante a sessão, o empresário disse que o seu patrimônio é resultado de trabalho, que tem 22 empresas em diversas áreas e negócios nos Estados Unidos, na Colômbia e em Portugal.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça votou pela manutenção da prisão preventiva do empresário, além de Maurício Camisotti, nesta sexta-feira (26), em plenário virtual. Mendonça é o relator do caso.
Destaque – ‘Careca do INSS’ durante depoimento na CPMI: prisão preventiva continua. Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado



