Depois de falar por mais de 5 horas, Moraes define seu voto; Dino segue o relator e fala sobre “samambaias”.
Como esperado, o relator da Ação Penal (AP) 2668, ministro Alexandre de Moraes, que está julgando os chamados atos golpistas, votou pela condenação do ex-presidente Bolsonaro e dos demais réus.
Na semana passada, foram ouvidas a acusação, apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e as defesas dos oito réus.
Nesta quarta-feira (10), a partir das 9h, o julgamento será retomado com o pronunciamento do ministro Luiz Fux e da ministra Cármen Lúcia. O presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, será o último a se pronunciar.
O voto do ministro Dino e a samambaia
Durante suas explanações finais, antes de chegar ao voto, o ministro Flávio Dino elogiou a fala do colega Alexandre de Moraes que, durante o pronunciamento de seu voto, referiu-se a uma planta da família Pteridophyta e disse: “O juiz não é uma samambaia”.
Dino repetiu a observação, pois achou a frase “simpática e poética”, enquanto Moraes arrematou, durante a fala do colega, depois de falar por 5 horas: “uma samambaia jurídica”.
Dino continuou, explicando: “Até porque a samambaia é uma planta frágil e achei, portanto, que isso revela características suas [Moraes], ao contrário do que dizem. Então, é uma planta humana, eu diria”.
E ainda corrigiu outra vez: “Entre aspas, claro. É uma planta humanizada, convive nos lares, nos jardins.”
Data venia
A convivência teatral de quem parece habitar outras esferas e não o planeta Terra ou um país gigantesco onde a pobreza, as dificuldades financeiras e até a falta de saneamento básico assustam, pode ser cruel.
As explicações sobre a planta samambaia, durante um julgamento que envolve toda a Nação brasileira, relembraram as célebres frases da ex-presidente Dilma Rousseff, dentre elas o ensacamento do vento.
As samambaias, especificamente, pertencem à família Polypodiaceae. Suas origens remontam ao período Carbonífero e existem no planeta há mais de 350 milhões de anos. Depois de tanto tempo, já aprenderam a suportar todo tipo de desaforo.
Destaque – Imagem: aloart / G. I.



