Quinta-feira, 20 de agosto de 2015, às 11h53
A Esclerose Múltipla atinge de 15 a 20 habitantes entre 100.000. Afeta principalmente os jovens de 20 a 40 anos, tendo predileção pelas mulheres. Trata-se de uma inflamação no sistema nervoso que deixa múltiplas lesões endurecidas semelhantes a cicatrizes, podendo evoluir para deficiências motoras, da coordenação, da visão e do equilíbrio.
Sua causa ainda é desconhecida, mas sabe-se que fatores genéticos e do ambiente podem determinar seu aparecimento. Um dos maiores problemas da doença é que seus sintomas são facilmente confundidos com os de outras e o diagnóstico precoce é extremamente importante para que possa ser controlada.
Para alertar e conscientizar a população sobre a doença, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) promove, no mês de agosto, a campanha “Esclerose Múltipla: um muro que podemos juntos ultrapassar”.
Elizabeth Regina Comini Frota, neurologista coordenadora do Departamento Científico de Neuroimunologia da ABN, destaca a importância da campanha: “A EM acomete pessoas jovens, cheias de planos que só estão no início da vida. Ela é crônica, imprevisível e não tem cura, e os portadores sentem como se um muro tivesse sido colocado no meio de seu caminho. Com o conhecimento e entendimento da Esclerose Múltipla, os pacientes, médicos e familiares podem ultrapassar esse obstáculo, continuando a vida da melhor forma possível e convivendo com a doença”.
Durante todo o mês de agosto, diversas ações serão realizadas pela ABN nas principais capitais brasileiras: informativos, palestras, apresentações e entrevistas levarão à população conhecimentos sobre a doença e seus sintomas, com o objetivo de desmistificá-la. “A população brasileira, de modo geral, tem poucas informações a respeito da doença, porque em nosso meio sua prevalência é menor do que em países como Estados Unidos e Canadá, por exemplo. Isso não a torna menos grave, por isso a população deve ser alertada”, explica a dra. Elizabeth.
A discriminação também é muito presente no dia-a-dia dos portadores de Esclerose Múltipla. “O preconceito é a pior parte da doença. Muitas pessoas produtivas e competentes estão trabalhando normalmente, mas tentam escondê-la, com medo de serem consideradas incapazes. Esta campanha é uma das iniciativas educacionais da ABN para diminuir o sofrimento das pessoas que têm a doença e sofrem discriminação”, afirma a neurologista.
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