Sexta-feira | 10 de julho, 2020 | 18h13


REABERTURA DO COMÉRCIO EM SP


A realidade que assola as mentes dos empresários paulistas e paulistanos vem à tona com a reabertura do comércio. A Prefeitura age com a força da lei, mas ignora os verdadeiros motivos que levam à desobediência civil.

Gerson Soares

A COVID-19 já ultrapassou a casa do milhão de pessoas que foram a óbito em todo o planeta. Ainda apreensivos, os seres humanos saem agora de suas casas, aos poucos. O organismo que nem vida tem, é apenas um fragmento de proteína, se assim podemos chamá-lo, foi capaz de levar o pânico a todos os cantos da Terra.

 

Reabertura do comércio em SP, mostra a tensão dos empresários para pagarem suas contas e manter os negócios. Imagem: aloart

 

O inanimado coronavírus fez suas vítimas em vários níveis e acredita-se que ainda provocará reações durante alguns anos com gravidade a diversos setores. A economia mundial sofreu um choque sem igual, mas se recuperará e os sinais dessa recuperação já estão presentes, tanto nos indicadores de negócios quanto no termômetro popular vindo do comércio.

Mas há quem tenha se ressentido de maneira mais acentuada e agora precisa de ajuda. O crédito governamental, como é sabido, não chegou às micro e pequenas empresas, ao nível projetado e o acesso a esse crédito, se por um lado é difícil, na outra ponta é caro.

Desespero e contas para pagar

Enfim, as empresas levam em conta, que de uma maneira ou de outra, terão de arcar com os financiamentos solicitados ao sistema bancário. E, se os clientes não aparecerem, o problema financeiro aumentará. Exemplos de empresários sem recursos para continuarem seus sonhos – o de montarem os próprios negócios – repercutem por toda São Paulo, considerada a “locomotiva” do país.

Além da retomada da economia pelos atos governamentais, alguns efeitos colaterais do coronavírus só estão sendo suplantados através da solidariedade. De qualquer forma, a COVID-19 está promovendo uma espécie de seleção natural, separando os negócios que conseguirão sobreviver, daqueles que infelizmente perderão a vitalidade para um vírus inanimado.

Falta de liderança flerta com a desobediência

A realidade vem à tona com empresários entrando em pânico, sem fluxo de caixa, ordens de despejo chegando, falta de clientes e uma situação sem precedentes. O governo paulista precisa tomar providências e ao invés de simplesmente enviar a Guarda Civil Metropolitana para a triste missão de fechar portas do comércio, chamar cada empresário e encontrar maneiras de ajudá-lo.

Fazer coletivas com gráficos e investimentos no combate ao coronavírus é uma coisa, a realidade é outra. O jornalista Rodrigo Constantivo em sua página do Twitter escreveu: “As pessoas estão cansadas, desesperadas! Os isolacionistas não têm empatia? Estamos flertando com a desobediência civil já, e compreensível...”.

Mais chocante ainda é o nervosismo do empresário que aparece no vídeo naquela publicação do Twitter. Seu drama reflete a tensão e a realidade que estamos vivendo. Veja no Twitter.

Prefeito Bruno Covas durante a coletiva de imprensa sobre o coronavírus ao lado do Governador do Estado de São Paulo, João Doria e do Secretário de Saúde, José Henrique Germann. Foto: Governo do Estado de São Paulo

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