Sábado | 1º de outubro, 2022

Desconhecimento da doença dificulta combate aos fatores de risco, por isso é bom conhecer para prevenir.


Fraqueza ou formigamento de um lado do corpo, dificuldade súbita para falar, tontura, alteração repentina da visão e dor de cabeça repentina são os cinco principais sintomas do Acidente Cerebral Vascular, o AVC, também conhecido popularmente como derrame. Reconhecer esses sinais e agir rapidamente é fundamental e pode salvar vidas.

Desconhecimento

“Existe um desconhecimento muito grande sobre o AVC no Brasil. A patologia é multifatorial e possui prevenção e tratamento eficazes, porém inacessíveis à grande parte da população. Precisamos fazer um trabalho de disseminação de informação e conhecimento sobre os cuidados a se ter com o AVC”, explica dr. Octávio Marques, professor de Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).

Os obstáculos para tratar o AVC adequadamente também dificultam a reversão desse cenário. Ainda que o tratamento tenha passado por uma revolução nos últimos tempos, o desconhecimento por parte dos profissionais prejudica a intervenção adequada. Segundo dr. Octávio, é preciso qualificar o trabalho conjunto multidisciplinar.

Equipes multidisciplinares

“O AVC é tão frequente no país que não pode ser responsabilidade apenas do neurologista. Todo profissional deve conhecer, saber como evitar e como tratar. É importante capacitar pessoas que atuam na área de Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia, entre outras, a trabalhar em equipe contra a patologia”, declara.

A doutora Gisele Sampaio Silva, Professora Livre-docente Disciplina de Neurologia Clínica UNIFESP e Clinical Trialist- HIAE na UNIFESP/HIAE, concorda e aposta no ensino como forma de conscientização contra a doença: “O tratamento agudo mudou radicalmente a forma como a gente educa e informa os neurologistas. Ensinamos pensando na organização e atendimento adequado à doença dentro do sistema de saúde como um todo”.

Avanços

O combate ao AVC no Brasil já resultou em inúmeros avanços. Segundo a doutora Gisele, estamos em uma era de grandes mudanças na prevenção e tratamento da doença cerebrovascular. A utilização da neuroimagem avançada e de novos anticoagulantes, foram algumas das ferramentas que contribuíram para o aumento da janela de tratamento e evitar que a doença atingisse mais pessoas. Além disso, o cuidado ao AVC alterou radicalmente a função do neurologista no mercado de trabalho, abrindo oportunidades de trabalho em emergências, UTIs e coordenação de unidade especializada.

Dia Mundial

A comunidade médica brasileira aproveita a data 29 de outubro, Dia Mundial do Combate ao AVC, para ampliar mobilizações visando ampliar o conhecimento populacional sobre a patologia e expandir o alcance da medicina na prevenção da doença. As iniciativas visam enfatizar a atenção às principais causas (pressão alta, diabetes, colesterol alto, tabagismo, dieta desregulada, entre outras) e ao cuidado com a saúde.


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