A Ilha Citera é o berço da deusa do amor, segundo Hesíodo – antigo poeta grego que viveu na época de Homero. No século XVIII foi uma referência para poetas e artistas que a consideravam um local idílico.
O lugar onde finalizamos esta viagem da Dolce Vita, às Ilhas Gregas do Mar Jônico, é o mesmo onde nasceu Afrodite. Uma despedida momentânea para viajarmos por outros mares. No entanto, as imagens que completam esta exploração sobre as Ilhas Jônicas, são deslumbrantes. “É um local dotado de grande beleza: vales que desembocam a beira-mar; encostas de montanhas vestidas de verde, ou rochosas e áridas; águas de nascente borbulhando ou caindo em cascata pelas encostas; praias maravilhosas; belas pequenas aldeias pitorescas; saborosos pratos locais; e uma arquitetura que combina as aparentes influências venezianas com o estilo encontrado em Creta e Mani ao sul do Peloponeso”, exaltam os gregos com razão.

A aldeia Avlemonas foi construída em torno de uma enseada que lembra um fiorde, criando o cenário perfeito para uma caminhada à tarde ou à noite. Foto: Yiannis Paraskevopoulos
Arquitetura
Kythira ou Cerigo (o nome veneziano da ilha) é a mais meridional das Ilhas Jônicas e está localizada na entrada do Golfo da Lacônia (Laconikos Kolpos). Seu estilo arquitetônico pode ser encontrado em todas as aldeias que foram em sua maioria construídas no estilo tradicional, como as igrejas bizantinas e o castelo veneziano que domina a colina acima de Chora, a principal cidadela.
Atrações
Conheça algumas das muitas atrações quando for visitar a ‘casa de Afrodite’, lembre-se de conhecer a gastronomia e os vinhos. O próprio castelo de Chora que domina a cidade é uma delas. A sua construção começou no final do período bizantino e foi concluída quando os venezianos tomaram conta da ilha. Visite os moinhos de vento e de água, datados do Século XIX, construídos em pedra; e a vila costeira que fica mais ao norte, em Platia Ammos, com casinhas pitorescas e tavernas de peixe. Outra opção é o Farol Moudari de 1857, um dos maiores dos mares gregos, com 25 metros de altura. Se o tempo permitir e o faroleiro estiver por lá, este local incrivelmente bonito oferecerá uma bela vista de todo o Golfo da Lacônia, desde o Cabo Maleia até o Cabo Tênaro.

Vista da deslumbrante lha Kythira, o ‘berço de Afrodite, a deusa do amor’. Foto: © Yiannis Paraskevopoulos / DG
História
Durante muitos séculos, quando o transporte naval tinha uma importância que já não tem hoje, a ilha era um ponto estratégico de relevo na região, sendo, desde a antiguidade até meados do século XIX, um ponto de paragem quase obrigatório na rota de marinheiros, comerciantes e navios militares. Durante muito tempo, Kythira foi conhecida pelos seus pescadores de murex, um tipo de concha do mar de onde extraíam o corante púrpura. Os fenícios instalaram um templo à deusa Astarte-Ishtar, chamada pelos gregos de Afrodite, que teria passado pela linda ilha após ter nascido da espuma (afhrós) do mar.

Kythira, castelo de arquitetura veneziana que já serviu de proteção contra piratas. Foto: Yiannis Paraskevopoulos
Publicação:
Segunda-feira | 16 de outubro, 2023