Quarta-feira, 11 de maio de 2016 às 17h39


Após receber requerimento, sem obter consenso do plenário, presidente do Senado é obrigado a continuar seguindo o regimento que determina 15 minutos para que cada senador se manifeste na tribuna. Sessão pode terminar na manhã de quinta-feira.

Gerson Soares

Sob os aplausos dos principais defensores do governo no Senado, que no momento da decisão do presidente sobre a falta de consenso mais pareciam um grupo isolado de alunos que acabara de ganhar um prêmio do professor pela sua (falta de) competência, o presidente da sessão extraordinária senador Renan Calheiros (PMDB-PB) teve de negar a solicitação do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) que solicitava a redução do tempo de 15 para 5 ou 10 minutos na tribuna. “Ainda faltam 53 para falar, vamos amanhecer o dia aqui”, calculou Raupp (assista ao vivo).

 

Plenário do Senado durante sessão deliberativa extraordinária  que decidirá pela aprovação ou rejeição do relatório favorável à admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do processo no Senado, à bancada, com a Constituição sobre a mesa. Foto: Pedro França/Agência Senado

Plenário do Senado durante sessão deliberativa extraordinária que decidirá pela aprovação ou rejeição do relatório favorável à admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do processo no Senado, à bancada, com a Constituição sobre a mesa. Foto: Pedro França/Agência Senado

 

O líder do PT, senador Humberto Costa (PT-PE) disse que a bancada não concordava com a redução e por isso não houve consenso. “Eu serei um dos últimos a falar porque me inscrevi no final para ouvir todos antes de me pronunciar em 15 minutos e por isso não concordo com a redução do tempo”, reclamou.

A incompetência do governo petista e seus aliados, que levaram o Brasil à pior derrocada de sua história, se repete em todas as sessões desde que o principal aliado do governo, o PMDB, decidiu desembarcar da nau sem rumo petista. Ao início da possibilidade de que haveria abertura do processo na Câmara dos Deputados até o andamento do impeachment na Comissão Especial da Câmara, aos poucos promoveu a dissolução de suas alianças e os deixou quase isolados. Muitos dos que estiveram lado a lado, agora se estranham no plenário do Senado.

Até agora 18 senadores se manifestaram e a sessão deve se estender por toda a madrugada de quinta-feira, a não ser que novos requerimentos sejam enviados à mesa. “Nós vamos decidir hoje sobre o impeachment”, afirmou Renan. Às 17h06, faltando 50 inscritos para falar, a sessão ainda deve perdurar por aproximadamente 12 horas e meia.

Segundo especulações em Brasília, a presidente Dilma estaria sendo orientada a não assinar a notificação que receberá do Senado nesta quinta-feira (12) – que a seguir as expectativas deve citar o seu afastamento do cargo da presidência. O motivo torpe, seria levar o vice-presidente Michel Temer assumir na sexta-feira 13, considerado um dia de mau presságio para os supersticiosos.

Interessante é notar que o número de registro do Partido dos Trabalhadores é o mesmo. Portanto, no trocadilho de datas ficam muitas opções, uma delas é de um novo governo ter início justamente no dia que lembra o fim da era petista e do seu próprio número, o 13. Talvez, uma peça da “numerologia política” contra um dos piores governos que já esteve à frente do país, acusado de promover o maior desvio de dinheiro público e corrupção, fatores principais que levaram o povo às ruas, provocando o processo de impeachment.

Ilustração/sobrefotos: aloart

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Presidente Dilma Rousseff durante encontro com Mulheres em Defesa da Democracia. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

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