Sábado, 7 de maio de 2016 às 06h39
O Ministério Público Federal denunciou hoje (5) o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) e o empreiteiro Marcelo Odebrecht, além de Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, e Léo Pinheiro, presidente da empreiteira OAS, todos por corrupção.
Agência Brasil por Heloisa Cristaldo
O procurador do Ministério Público Federal (MPF) e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, disse hoje (6), em Curitiba, que é preciso refletir e repensar a República. “Vivemos uma inundação de corrupção. Estamos tirando essa água com baldes e precisamos que sejam construídas barragens, muros que nos protejam dessa inundação de corrupção.”, afirmou. O procurador disse que houve um aumento de iniciativas contra o Ministério Público durante as investigações. mas garantiu que a Operação continuará resistindo “a todo tipo de ataque” e ressaltou que a sociedade fortalece os trabalhos de combate à corrupção.
“Nós acreditamos que enquanto a sociedade estiver do nosso lado, esses ataques não terão sucesso. Agora, se o apoio da sociedade diminuir, o flanco estará aberto para que o ataque à corrupção diminua”, disse Dallagnol.
Nesta sexta-feira, o MPF apresentou mais duas denúncias contra o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), os empresários Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira Odebrecht, Ricardo Pessoa, dono da UTC, Léo Pinheiro, presidente da OAS e mais 16 pessoas, entre as quais o publicitário Marcos Valério, condenado no mensalão, e o empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC.
De acordo com MPF, nas duas denúncias oferecidas hoje, os acusados cometeram crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e obstrução à investigação. Os procuradores pedem o confisco de R$ 7,5 milhões e 200 mil euros e multa de R$ 70 milhões, correspondente ao dobro dos valores totais de propinas. Segundo o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, o valor envolvido na corrupção das duas acusações de hoje é de R$ 30 milhões.
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