23 de junho de 2013
Gerson Soares
Nossa reportagem acompanhou toda a manifestação que ocorreu na sexta-feira, dia 21 no Tatuapé desde as 17h até 19h45, aproximadamente. Foram momentos marcantes em meio aos jovens, moradores, senhoras e senhores que se uniram para protestar contra governos que com o passar dos anos não se modernizam, pelo contrário adotam métodos antiquados, parecem premiar a impunidade, a iniquidade e a corrupção. Há gerações, os governantes do Brasil não mudam sua forma de pensar, gerando mais e mais distanciamento de uma juventude globalizada, com ideias que devem ser ouvidas e aos poucos, mesmo sob tensão, se aproxima da política, mas a maioria ainda mantém certo distanciamento.
Por outro lado, acreditando nesse histórico afastamento, baseados talvez nas estatísticas de que o povo brasileiro não se interessa por política, o governo continua exercendo o poder de forma maléfica perante a maioria da população e seu riquíssimo território, onde apesar disso, impera uma das piores distribuições de renda do planeta, como noticiaram nesta semana os principais jornais mundiais. A inversão desse afastamento, causado pelo estopim do aumento das passagens de ônibus em São Paulo, gerou um movimento encabeçado pelo Movimento Passe Livre e se transformou nas maiores manifestações já vistas no Brasil, trazendo à pauta uma gama de reivindicações.
Essa pauta precisa ser apreciada pelos líderes dos movimentos que estão surgindo e organizadas, para não perderem o foco e não deixar esfriar a ideia de que o Brasil precisa mudar imediatamente. Caso isso aconteça, contemplará aqueles que só esperam um esfriamento para começar a famosa deturpação do que é legítimo, verdadeiro e justo, devido a interesses próprios ou corporativos.
Os interesses são muitos e dentre eles logicamente existem aqueles que olhando para tudo o que perdem com a vitória do povo não incentivará as manifestações. A população que vai para o trabalho feito cachos de bananas, paga fortunas para estudar em faculdades privadas, não consegue atendimento médico quando precisa e teme os bandidos ao sair cedo ou voltar tarde para casa é muito maior e seu peso também. Mas sempre perdeu para a minoria que detém o poder.
Diante dos fatos, encerramos esta reportagem sobre os Protestos no Tatuapé contra o governo e a atual política do país com uma frase do Águia de Haia:
“Com que palavras poderemos deplorar assaz o infortúnio de viver sob um governo como o nosso?”
Rui Barbosa (1849–1923)