Publicado em 26 de outubro de 2013

Carlos Pinto de Oliveira Sá, no Parque do Piqueri. Foto: aloimage

Carlos Pinto de Oliveira Sá, no Parque do Piqueri. Foto: aloimage

A primeira entrevista concedida por ele a Alô Tatuapé, foi em meio ao Parque do Piqueri, em 1997, quando o senhor Carlos (ou Carlinhos como era conhecido pelos amigos mais antigos) nos recebeu com um sorriso franco aos 73 anos de idade. Dentre outras ocupações que teve no bairro foi Presidente da Sociedade Amigos do Tatuapé, fundada em 1963, e trabalhou por uma Administração Regional, colhendo mais de 30 mil assinaturas.

“Vamos conseguir essa Regional. Não só a Regional, mas outros trabalhos que a Sociedade Amigos do Tatuapé vem fazendo. Não importa quem faça, o que interessa é que o Tatuapé, um bairro grande, gigante, precisa de uma Regional”, disse Carlos Sá à nossa reportagem naquele dia.

Infelizmente seu sonho não se realizou, não por falta de trabalho ou vontade, mas por interesses políticos dos mais sinistros, deixando de lado essa reivindicação do bairro, que hoje depende de outras Subprefeituras (nome que substituiu as antigas Administrações Regionais).

 

Em 2000, no Parque do Piqueri, com os amigos. Carlos (tocando pandeiro) sabia tocar vários instrumentos musicais. Foto: aloimage

Em 2000, no Parque do Piqueri, com os amigos. Carlos (tocando pandeiro) sabia tocar vários instrumentos musicais. Foto: aloimage

 

FALANDO SOBRE O BAIRRO

Carlos Sá, que participou do primeiro trabalho detalhado sobre a história do bairro, com o apoio da Sociedade Amigos do Tatuapé e impressão pela IMESP (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo) em 1987, conhecia bem o Tatuapé que hoje seria quase impossível imaginar.

Ainda em 1997, o ancião nos contava: “Aqui no fim da Rua Ulisses Cruz, havia um estaleiro, onde eram construídos barcos e batelões. Estes eram para o carregamento de areia, pedregulhos e tijolos. Um dos que fabricavam esses barcos era o senhor Lavínio Frasse. Dois filhos dele aindo estão vivos. Um é o Dante e outro é o Mário, que passeia aqui no Piqueri. O Mario está com 80 anos mais ou menos. Um dos barqueiros que também faziam essas travessias era João caiado, que está com 93 ou 94 anos, e também passeia aqui no Piqueri. Eles faziam os batelões para o transporte de tijolos e areia, para construir São Paulo”.

 

Segurando a bandeira do clube do coração, o Grêmio Urca. Foto: Arquivo pessoal Carlos Sá, doada ao acervo do Alô Tatuapé

Segurando a bandeira do clube do coração, o Grêmio Urca. Foto: Arquivo pessoal Carlos Sá, doada ao acervo do Alô Tatuapé