Segunda-feira, 31 de outubro de 2016, às 15h53


Doença rara, hereditária e caracterizada pelo aumento da pressão intraocular, o glaucoma congênito acomete crianças portadoras de má formação ocular. Leia a matéria da SPSP.

Entre os principais sintomas dessa doença, destacam-se o lacrimejamento; intolerância à claridade; olhos grandes, desproporcionais ao rosto do bebê; e coloração azul violácea nas córneas. Em um recém-nascido com lacrimejamento constante deve-se diferenciar o glaucoma congênito da obstrução da via lacrimal, que é bem mais frequente e tem um prognóstico muito bom.

 

 

Glaucoma congênito: os principais sintomas são o lacrimejamento; intolerância à claridade; olhos grandes, desproporcionais ao rosto do bebê; e coloração azul violácea nas córneas.  Foto: divulgação / SPSP

Glaucoma congênito: os principais sintomas são o lacrimejamento; intolerância à claridade; olhos grandes, desproporcionais ao rosto do bebê; e coloração azul violácea nas córneas. Foto: divulgação / SPSP

 

De acordo com a dra. Rosa Maria Graziano, presidente do Departamento de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), “no glaucoma congênito existe uma anomalia da clivagem da câmara anterior do olho, e a obstrução de via lacrimal é consequência da não abertura de uma membrana na extremidade distal do ducto nasolacrimal”.

O glaucoma quando não diagnosticado precocemente, pode levar à cegueira permanente – por isso a importância do teste do olhinho no recém-nascido ser realizado no primeiro trimestre de vida.

O teste do olhinho deve ser realizado pelo pediatra, mas existem condições em que o recém-nascido deve ser avaliado por oftalmologista ainda no berçário: “São os prematuros que receberam oxigênio por muitos dias; filhos de mães com infecções como rubéola, toxoplasmose, AIDS e citomegalovirose na gravidez; os que sofreram trauma de parto; têm olhos vermelhos e/ou secreção purulenta; e apresentam pupila branca. Quando há parentes que, enquanto crianças, tiveram retinoblastoma (tumor das células da retina cuja transmissão pode ser genética) também merecem atenção especial”, lista a especialista.

Em caso de confirmação de glaucoma congênito, o oftalmologista pode indicar colírios para diminuir a pressão intraocular (PIO) antes do procedimento cirúrgico. Existem várias técnicas cirúrgicas (válvulas de drenagem) e o oftalmologista indicará o melhor procedimento para cada paciente.

Sinais e faixas etárias

É importante atentar-se às diferentes manifestações do glaucoma congênito que podem surgir em fases distintas do desenvolvimento infantil. Até o primeiro ano, por exemplo, os sintomas mais recorrentes são córnea edemaciada e opaca, desconforto à luz e tentar cobrir os olhos na claridade.

Os pais devem observar não só os olhos dos filhos, mas comportamentos que possam denotar algum problema com a visão. O diagnóstico precoce é essencial para melhor prognóstico, elevando as chances de terapêutica bem sucedida e, assim, evitando o prejuízo visual e até mesmo a cegueira permanente do paciente.

O sedentarismo é uma das causas possíveis e imediatas para as dores crônicas. Foto: divulgação / SBED

O sedentarismo é uma das causas possíveis e imediatas para as dores crônicas. Foto: divulgação / SBED

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