Terça-feira, 15 de novembro de 2016, às 12h24


Levantamento coordenado pela dra. Maria Helena de Mello Jorge, da Faculdade de Saúde Pública da USP, e divulgado pela Sociedade de Pediatria de São Paulo, durante o X Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes e Combate à Violência Contra Crianças e Adolescentes, atestou que 59% das internações em indivíduos com idades entre 15 e 19 anos estão relacionadas à gestação, parto e puerpério. Utilizando dados nacionais extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde (MS), os dados foram apresentados no último dia 8, e trouxe à tona também os números de mortes, suicídios e uso de drogas entre os jovens.

De acordo com o Ministério, mais de três milhões de crianças nascem todos os anos no Brasil – 57% delas por via cesariana. Os prematuros e com baixo peso representam 12% e 8,5%, respectivamente, que contabilizam mais da metade das mortes em menores de um ano. Esta é a única faixa etária cujos percentuais de óbitos não apresentam predomínio de acidentes e violências, as chamadas causas externas. Inclusive, de 15 a 19 anos, estas causas respondem por 75% da mortalidade. Já a respeito das internações, ainda englobam razões perinatais, doenças do aparelho respiratório e infecções.

 

Levantamento atesta que 59% das internações em indivíduos com idades entre 15 e 19 anos estão relacionadas à gestação, parto e puerpério. Foto: divulgação / SPSP

Levantamento atesta que 59% das internações em indivíduos com idades entre 15 e 19 anos estão relacionadas à gestação, parto e puerpério. Foto: divulgação / SPSP

 

Gravidez precoce

Pesquisa realizada pelo Banco Mundial elencou o Brasil como o 49º país em que as adolescentes mais engravidam – 70 a cada mil garotas de 15 a 19 anos deram à luz em 2013, segundo o estudo. No alto da tabela estão os países, principalmente africanos, nos quais é permitido o casamento infantil. Neste ranking, o Níger, onde 71% das mulheres se casam antes dos 18 anos, ocupa o primeiro lugar, com proporção de 205 a cada mil.

Ainda assim, o Ministério da Saúde afirma que o Brasil conseguiu diminuir em 26% os índices de gravidez precoce na última década. Contudo, mesmo com a queda significativa dos números, proporcionalmente, pioramos em relação a outras nações.

O levantamento apresentado no Fórum Paulista concluiu que muitas das adolescentes demoram a assumir a gestação, causando o retardo do início do pré-natal.

“É um número alto e assustador. Sabemos que a atividade sexual tem começado cada vez mais cedo; essa questão está bem além da questão de saúde, é de toda a sociedade. As adolescentes não recebem orientações, não são supervisionadas, em muitas famílias faltam vínculos e apoio”, destaca Renata Waksman, coordenadora do Fórum e do Núcleo de estudos da Violência Doméstica Contra a Criança e o Adolescente da SPSP.

Modelo do tamanho de um feto com 8 semanas, após a concepção, na mão de um adulto. Isto ilustra que o feto tem todos os membros formados nesta fase, e mostra o tamanho em comparação com a de adultos. Foto: Bill Davenport via Wikicommons / Ilustração: reprodução #gravidezsemalcool

Modelo do tamanho de um feto com 8 semanas, após a concepção, na mão de um adulto. Isto ilustra que o feto tem todos os membros formados nesta fase, e mostra o tamanho em comparação com a de adultos. Foto: Bill Davenport via Wikicommons / Ilustração: reprodução #gravidezsemalcool

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