O índice de Confiança do Comércio (ICOM) sobe pelo segundo mês consecutivo. Resultado foi influenciado pela melhora na avaliação sobre a demanda corrente, subindo 1,2 ponto em maio para 88,7 pontos. Com a segunda alta consecutiva, houve crescimento de 1,0 ponto, para 86,4 pontos, em médias móveis trimestrais.
“A confiança do comércio volta a subir em maio, com a novidade da melhora nos indicadores sobre presente. Ainda não recupera todas as perdas dos meses anteriores, mas já é um sinal favorável sobre a demanda corrente. As expectativas voltaram a oscilar e indicam que a trajetória da confiança não deve ser linear nos próximos meses. O mercado de trabalho aquecido, e a consequente evolução da renda, justificam parte da melhora observada no mês. Por outro lado, o ambiente macroeconômico ainda muito restritivo, com juros em alta e inflação acima da meta, pesam negativamente, mantendo os empresários do setor com cautela sobre o ritmo dos próximos meses”, afirma Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
Situação atual e expectativas
Em maio, o crescimento da confiança ocorreu em três dos seis principais segmentos do setor e influenciado principalmente pelas avaliações sobre a situação corrente. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) teve crescimento de 5,2 ponto, para 93,4 pontos. O quesito que mede a avaliação sobre a situação atual dos negócios, variou positivamente em 7,5 pontos, para 95,4 pontos. Na mesma direção, o indicador que avalia o volume de demanda atual cresceu 3,0 pontos, para 91,6 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-COM) decresceu 3,0 pontos, para 84,5 pontos, com os quesitos que o compõem apresentando resultados na mesma direção: o indicador que mede as perspectivas de vendas nos próximos três meses decresceu 3,6 pontos, para 82,8 pontos, enquanto o que avalia as expectativas sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses decresceu em 2,3 pontos, para 86,7 pontos.
Indicador de Desconforto
Apesar da melhora pontual do ISA-COM, o Indicador de Desconforto do Comércio voltou a sinalizar piora. Esse indicador é composto pelo conjunto de citações dos fatores a seguir como limitação da melhoria dos negócios: demanda insuficiente; custo financeiro; acesso ao crédito e outros fatores. Esse é o maior nível desde maio de 2022. “A diferença é que agora, o custo financeiro e o acesso ao crédito são os principais fatores de desconforto para o setor, enquanto a demanda insuficiente e outros fatores tinham maior influência em outros anos”, completa Tobler.
Fonte: FGV IBRE / Divulgado em 29 de maio de 2025
Destaque – Imagem: aloart / G I