Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017, às 17h17 – atualizado no dia 8 às 19h34, para novas informações.
Valetas que atrasam os carros, falta de estacionamento que prejudica o comércio, as constantes infrações de trânsito nos cruzamentos de ruas a obstruírem o fluxo, são alguns dos problemas que devem ser conhecidos pelo novo prefeito João Doria e os novos programas da Prefeitura, como o Cidade Linda.
Gerson Soares
Mais uma gestão se inicia e novamente pouca inspiração houve para que o Tatuapé e Jardim Anália Franco finalmente tivessem uma administração local. Os nomes desses órgãos, braços distantes do comando central da Prefeitura de São Paulo, já variaram e foram chamados de administrações regionais, subprefeituras e agora as novas prefeituras regionais.
Mas a grande região – que abrange esses dois bairros que por se confundirem são chamados muitas vezes apenas de Tatuapé –, que mais cresce em São Paulo não possui independência.
O novo prefeito João Doria prometeu estar mais próximo e interessado nos bairros afastados do centro e dos jardins do que os seus antecessores, por isso a esperança continua viva pela mudança necessária: uma administração própria, independente das prefeituras regionais Aricanduva e Mooca.
Ainda é muito cedo para cobrar, mas o Tatuapé e Jardim Anália Franco estão literalmente abandonados há um bom tempo. Vejamos alguns itens que merecem atenção.
Recapeamento
No que diz respeito ao recapeamento de ruas esta é uma reivindicação antiga. A reestruturação de valetas – que atrasam o fluxo dos veículos nos finais de tarde e início das manhãs –, assim como uma fiscalização mais rígida contra os motoristas que deliberadamente fecham os cruzamentos do bairro, melhorariam as condições de tráfego.
Trânsito
Neste ponto podemos citar a Rua Itapura como um dos principais focos de congestionamentos devido ao alto número de veículos. Mas alguns motoristas que aguardam a abertura dos semáforos ao longo da via fecham os cruzamentos com as ruas Serra de Bragança, Emílio Mallet e Cantagalo, por exemplo, e isso se repete em diversas outras.
Estes motoristas inconscientes, assim como aqueles que transitam pela Rua Apucarana, obstruem o caminho de quem precisa passar pelos cruzados de menor fluxo e o trânsito para literalmente, prejudicando os dois sentidos (bairro/centro e vice-versa) e a todos. Uma conscientização educacional se faz necessária, mesmo que seja através de fiscalização e multas.
Ciclovias
Fizemos uma rápida observação e não foi difícil apurar que a maioria das ciclovias implantadas no bairro são utilizadas por poucos ciclistas – as principais estão no Jardim Anália Franco. Um número maior de usuários que justificaria os gastos ainda não foi visto, gerando críticas à gestão anterior não só no Tatuapé, mas por toda a cidade.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) que concluiu pela implantação das ciclovias através de cálculos para atingir 1.000 quilômetros e não pela real necessidade de cada localidade como demonstra a falta de uso das pistas, foi a mesma que chegou a colocar placa ao contrário no bairro e um semáforo na contramão do trânsito que ainda não foi retirado e nem explicado como pode isso acontecer.
Em plena Rua Apucarana esquina com Rua Euclides Pacheco é um troféu à ineficácia e desrespeito ao dinheiro público.
Pichações
Há mais de 20 anos, nossa reportagem já alertava para as pichações na Biblioteca Hans Christian Andersen, assim como a deterioração por esse tipo de ação da maioria dos prédios na Avenida Celso Garcia. Para falar do assunto, convidamos o delegado titular do 52º DP e o deputado federal Ricardo Izar, já falecido. Atualmente, um dos locais que mais chama a atenção é a esquina das ruas Antonio de Barros com Emílio Mallet.
PSIU
O excesso de barulho (baladas, som alto nos carros, nas casas e condomínios) provoca diversas reclamações ao 190, quando excede o suportável e torna-se inadequado ao horário e às instalações. O telefone da Polícia Militar acaba recebendo esse tipo de chamado devido às falhas do programa PSIU que na prática inexiste.
Devido a fatores difusos, o órgão é criticado até mesmo por parlamentares da Câmara Municipal de São Paulo. Essa inércia provoca a certeza de que a barulheira de diversas fontes não terá punição, já que a PM não dá conta ou não se move até que haja uma discussão mais acirrada ou que os divergentes cheguem às agressões corporais.
Estacionamento em 45º
Com diversas ruas largas e compatíveis com esse tipo de adequação viária, os motoristas do bairro poderiam obter um pequeno alívio e mais facilidade para estacionarem seus veículos, ao passo que a Prefeitura teria uma arrecadação inteligente. Caso a proposta seja analisada por essa gestão, que certamente terá muito a acrescentar, auxiliaria as ações do comércio local. Nestes tempos de crise, uma medida barata e incentivadora.
Eterna dependência
Desde que foram criadas as Administrações Regionais, o Tatuapé pede a sua. Quase chegou lá, com uma iniciativa do então deputado estadual Ricardo Izar, já falecido, cuja família de pioneiros libaneses se estabeleceu no bairro no início do século passado. De lá pra cá, muitas conversas e promessas políticas que não se concretizaram e o bairro continua dependendo das administrações Aricanduva e Mooca. Muitos moradores do bairro não têm a exata noção a qual das duas deve recorrer no caso de necessidade. É o caso da Rua Emília Marengo, por exemplo, uma das mais conhecidas da região, que começa sob a jurisdição da agora Prefeitura Regional Mooca e termina na Regional Aricanduva.
Velocidade na Radial Leste
Depois de conseguir a mudança nas marginais, vale alertar o prefeito João Doria sobre a Radial Leste, por onde se desloca um dos maiores contingentes populacionais da cidade. Diariamente enfrentando trânsito pesado é destaque em toda mídia ligada ao tema. Um programa como o Marginal Segura e a volta da velocidade máxima aos antigos 70 km/h, seria uma forma de atingir muitos bairros da periferia da zona Leste, beneficiando essas populações.
A cidade foi largada à própria sorte já faz algum tempo. As dispendiosas ciclovias, traçadas com dinheiro público foi mais um tiro no pé do que uma solução para a mobilidade urbana. Sem muito critério, como fica claro em locais por onde ciclistas raramente são vistos, temos a Rua Xiririca no bairro do Carrão, onde antigos moradores – que vão pagar o IPTU com aumento este mês – não podem mais deixar os carros nas portas de suas próprias casas em detrimento de uma obra fantasmagórica.
Ainda no Tatuapé, nos locais onde o tapa-buraco passou, citamos a Rua Euclides Pacheco em frente o Largo Nossa Senhora do Bom Parto: foram três recapeamentos, até agora, ao lado de um bueiro. Nas duas primeiras vezes em que os consertos foram feitos, a execução foi péssima, o que levou ao terceiro.
Os motoristas pagam altos valores pelo IPVA e recebem pouco em troca, as ruas do bairro de maneira geral estão se deteriorando, basta um pequeno tour para constatar.
Para finalizar este breve resumo, temos a promessa do CEU Carrão que já se perde na memória desde quando placas anunciando a grande obra, acompanhadas de muita ostentação foram feitas pela gestão anterior.
Na manhã desta quinta-feira (2), fomos conferir e o que se vê é um ritmo de lentidão na obra que foi prometida para o mês de dezembro do ano passado e agora não há como prever sua entrega. O que vimos no local onde seria erguido o CEU Carrão – nome estranho para obra em pleno bairro do Tatuapé – é um canteiro de obras que está sendo cozido em banho-maria, onde a entrada é proibida.
Em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de São Paulo e com a Coordenação de Comunicação das Prefeituras Regionais estamos aguardando uma resposta sobre esse e os demais assuntos pautados nesta matéria.
Cidade Linda na zona Leste
O site da Prefeitura informou no último sábado (4), que o programa Cidade Linda chegou à São Matheus, promovendo diversas ações. No domingo (5), o programa Mutirão Mário Covas – Calçada Nova reformou o acesso ao Clube Municipal Vicente Ítalo Feola, na Vila Manchester, com a presença do prefeito que aproveitou para conhecer as instalações.
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