Patinadora mirim do Tatuapé é campeã paulista e brasileira

Quarta-feira, 13 de dezembro de 2017 às 18h44

Tudo começou há pouco tempo na nova pista do Ceret e agora são treinamentos semanais também no Ibirapuera. Campeã na modalidade mini-mirim, ela está adorando sua atividade esportiva que também é moda nos parques da cidade.

Gerson Soares

A graciosa e compenetrada Julia: foco nos assuntos abordados sobre os treinamentos e patinação de velocidade aos 7 anos de idade. Foto: aloimage

A moda de patinar pelos parques da cidade, chegou aos olhos da garotinha que viu as outras crianças patinando e se interessou. Então, obteve o apoio da mamãe e do papai. Pronto! Estava começando a germinar uma sementinha na vontade da pequena Julia Tavares Rodrigues, 7 anos, com quem nos encontramos no dia 5 de dezembro para sabermos como se transformou em uma campeã em tão curto espaço de tempo. Ao longe pude avistá-la, ao lado da pista de patinação do Ceret, ainda sem os patins. Ela mora próximo ao centro esportivo, filha de Luz Cláudio Lacerda Rodrigues e Glayce Tavares que nos acompanhou durante a gravação da entrevista.

Marquise do Ibirapuera: Julia ocupa o primeiro lugar do pódio, sagrando-se campeã paulista. Foto: arquivo particular

Campeã paulista e brasileira de patinação de velocidade, Julia sonha ser uma grande patinadora e já não consegue lembrar quantas medalhas já ganhou. “Ela tem 25 medalhas”, revela a mãe. Inscrita na categoria mini-mirim feminino, foi campeã no mês de junho pela Confederação Brasileira de Hoquei e Patinação (CBHP) em Sertãozinho, durante o Campeonato Brasileiro de Patinação de Velocidade 2017. Em outubro foi promovido o Troféu Brasil, em que ela foi vice-campeã.

No Paulista ela também se destacou. “São cinco etapas do Campeonato Paulista, teve uma aqui no Ceret, uma na Decatlon e três no Ibirapuera”, diz Glayce. Durante o torneio, a patinadora mirim do bairro do Tatuapé ocupou as melhores posições, ficando em primeiro e segundo lugares, o que lhe garantiu a primeira colocação no campeonato, na somatória geral dos pontos, sagrando-se campeã paulista 2017 – segundo lugar nas primeira e segunda etapas, e nas três etapas seguintes chegou em primeiro lugar.

Como tudo começou

Para competir é preciso fazer parte de uma equipe. Treinando há um ano e dois meses, até o final desta temporada 2017, a equipe da Julia foi a Superação. A partir de 2018 ela irá defender a Patins Brasil. Julia já está usando patins avançados de fibra de carbono, que lhe permitem alcançar altas velocidades, mas para chegar a esse ponto é preciso seguir por um caminho. “Usa a bota, vai abaixando e depois o que eu estou usando agora”, ensina Julia. “Não dá para usar direto estes patins de competição”, explica Glayce.

Depois de colocar todos os equipamentos de segurança, Glayce calça os patins da Julia, que em seguida faria uma demonstração da sua performance na pista do Ceret. Foto: aloimage

O começo foi por acaso, conta a mãe da patinadora mirim. “A gente estava passando pelo Ceret, quando vimos um treino, o pessoal patinando aqui. Ela gostou e nós fomos ver para comprar os patins. Ela se identificou com o esporte, foi indo e hoje faz parte da equipe Patins Brasil”, conta a mamãe coruja. E com toda a razão, Julia é uma menina carismática, fala com seriedade e transparece maturidade.

Treinos

De acordo com Glayce, Julia treina quatro vezes por semana durante uma hora e meia no Ibirapuera, inclua-se aí a parte aeróbica – corrida, alongamento e fortalecimento dos membros inferiores. O treinador deve ser uma pessoa capacitada, para que no futuro os atletas não desenvolvam lesões, principalmente os de categorias menores que ainda estão em fase de crescimento.

Glayce chama atenção para os equipamentos de proteção. “Infelizmente a gente vê crianças treinando sem eles”. Depois de 14 meses de treino e se acostumando às vitórias que obteve em 2017, Julia também já consegue desenvolver em sua mente a ideia de que o importante é competir.

“Às vezes eu penso em patins, às vezes eu penso no futuro como vai ser a velocidade dos meus patins, se eu vou conseguir bater muito rápido as pernas no patins, e às vezes eu pergunto pra minha mãe qual dia que é do patins”. Nestas considerações finais da Julia, transcritas da maneira como gravamos, é possível perceber que o esporte já está se enraizando em seus pensamentos.

Glayce e Julia ao lado da pista de patinação do Ceret. Foto: aloimage

Julia tem mais de dois mil seguidores no Instagram e quem administra a página é a mãe. “A rede social começou porque ela está patinando e as pessoas param para ver”, ela diz que pediam para tirar foto ao lado da menina. “Foi quando eu percebi que elas se interessam porque ela é pequenininha e anda de patins. Criei uma conta pra ela no Instagram, hoje em dia tem mais de 2.200 mil seguidores, as fotos dela têm bastante curtidas e recebe mensagens do mundo inteiro”.

Glayce deixa uma mensagem para que os pais incentivem os filhos a praticarem qualquer tipo de esporte, “e se preocuparem com os equipamentos de proteção, porque é segurança para os filhos”. Encerramos nossa matéria com uma exclamação super espontânea da Julia, durante a entrevista: “Eu adoro patins!”