Segunda-feira, 14 de março de 2016 às 16h05
Segundo o Datafolha, 500 mil pessoas estiveram na Avenida Paulista, palco central das manifestações em São Paulo. Para a PM foram 1,4 milhão, número parecido com o obtido pelos organizadores.
Gerson Soares
O povo de São Paulo deseja o Impeachment Já! É o que disseram ontem centenas de milhares de pessoas que superlotaram com faixas, bonecos, carros de som e tantos outros tipos de inquietações em manifestação com número recorde avaliado em 1,4 milhão pela Polícia Militar presente ao encontro na Avenida Paulista.
A cidade foi tomada por uma vontade imensa de acabar naquele mesmo instante com toda a corrupção, lavagem de dinheiro e crimes contra a economia brasileira. Quem esteve na boca do povo foi o juiz Sérgio Moro – recebendo o apoio para continuar o seu trabalho de limpeza contra a lama que se instalou nos três poderes do Brasil. A mãe do juiz, Odete Moro, presente a uma das passeatas realizadas em Maringá, disse ao repórter William Souza da Rede Massa de Notícias, que não criou um filho para ser juiz. “Eu criei um homem íntegro, honesto e trabalhador”. Ela é professora de Português aposentada.
Na semana passada a turbulência política tomou proporções nunca vistas no país, quando o Ministério Público de São Paulo aventou a possibilidade de pedir a prisão preventiva do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, devido seu envolvimento com a posse de um sítio em Atibaia e um triplex no Guarujá, ambos em São Paulo. As declarações do ex-presidente, divulgadas hoje (14), revelam basicamente que ele reafirma não ser o dono dessas propriedades.
Antes disso, o ex-presidente foi alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF) que o levou sob custódia para prestar depoimento na sede do órgão no Aeroporto de Congonhas. Após deixar o prédio da PF, Lula falou em coletiva de imprensa, demonstrando sua indignação pela prisão coercitiva – condição na qual foi levado a depor. Ao encerrar sua fala, ao lado do presidente nacional do PT, Rui Falcão e correligionários, disse que “se quiseram matar a cobra, não bateram na cabeça, bateram no rabo, e a cobra está viva”.
Em suas últimas declarações, Lula disse que se fosse preciso sairia candidato a presidente em 2018; depois titubeou, e na coletiva de sexta-feira (4) falou que aos 70 anos muitas coisas mudam; mas em seu depoimento à PF voltou a afirmar que irá se candidatar e que merece pedido de desculpas da Lava Jato. O ex-presidente é suspeito de envolvimento com o vasto sistema de corrupção e desvio de verbas públicas que assola o país.
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