Quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 às 21h51


O mais famoso inseto da atualidade já chegou até à Europa Oriental. O vírus está sendo espalhado por várias regiões do mundo, inclusive aonde as temperaturas são bastante baixas. Vale o alerta de quem conhece o comportamento do pernilongo: “ele entra junto com a gente”.

Gerson Soares

É verdade! No Litoral Norte de São Paulo, os caiçaras conhecem bem essa frase: “tudo fechado, portas, janelas, mas basta alguém entrar que os pernilongos aparecem”. Oportunistas e de hábitos diurnos, os insetos mais famosos da atualidade, assim como seus primos noturnos, pegam carona nos elevadores, na abertura das portas dos carros e onde houver uma brecha lá estará ele, colado às roupas ou voando rápido para os ambientes onde está a fonte de seu alimento.

Prefeitura usará drone para mapear áreas com possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti. Foto: Edson Hatakeyama

Prefeitura usará drone para mapear áreas com possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti. Foto: Edson Hatakeyama

As doenças e os vírus transmitidos pelo Aedes aegypti, que não saem do noticiário, se espalham até mesmo por regiões tradicionalmente frias dos Estados Unidos e Europa Oriental. Por isso, é bom ficar alerta a todo momento, colaborando com informações de possíveis criadouros, falhas ou distrações de vizinhos (não custa avisar), durante a visita aos parques da cidade e outros logradouros que possam ampliar a margem de reprodução desses bichos.

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, foi realizado hoje (25) o primeiro voo do drone integrado às ações em terra, realizadas pelas equipes técnicas regionais. Estão previstos três voos semanais de 4 horas e o objetivo é mapear os possíveis locais de focos do mosquito, visando imóveis fechados e aqueles com denúncias de criadouros. Na semana passada mostramos os vídeos com possíveis focos e as larvas propriamente ditas no Parque Augusta, sob a responsabilidade das empreiteiras Cyrela e Setin.


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Na terça-feira (23) a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou um balanço sobre dengue, chikungunya e zika e a zona Leste foi classificada com o maior número de casos (70) da dengue no mês de janeiro, recebendo duas tendas para atendimento médico montadas nos bairros de Cangaba e Lajeado. Em toda a cidade foram 5877 ocorrências nesse período, destes 827 se confirmaram. As tendas estão em funcionamento desde ontem (24).

“O mosquito não respeita fronteira. Mosquito não é público, nem privado. Todos têm responsabilidade no combate ao Aedes”, afirmou o secretário de Saúde Alexandre Padilha, durante a apresentação do balanço. Padilha reforçou a importância da colaboração da população, já que de acordo com ele, 85% dos focos do mosquito Aedes aegypti estão dento das casas. “Tudo que a população puder fazer para informar a Prefeitura sobre locais que tem foco do mosquito, denunciar e colaborar com o mapeamento é muito positivo para o combate à dengue na cidade. Nós podemos vencer a dengue se cuidarmos da nossa casa e colaborarmos com a Prefeitura sobre onde tem foco do mosquito”, disse.


Acesse a tabela completa de casos confirmados e incidências por região e veja a comparação com os anos anteriores a partir de 2011.


 

Em 2016, a chikungunya teve 212 registros e do zika vírus foram notificados 47 casos da doença, no município. Conforme as informações da Prefeitura, com relação à microcefalia foram identificados seis casos, sem que nenhum fosse confirmado como contaminação na cidade. Quanto à dengue, os bairros da Água Rasa, Carrão e Belém tiveram cinco casos cada, a Mooca ficou com sete registros e no Tatuapé foram 11. A Penha teve 28, Cangaíba 18 e Lajeado 62. Em 2015, por exemplo, o Tatuapé registrou 661 casos e a Penha 1.734, enquanto na Mooca a incidência foi de 800.

Tendas são montadas na zona Leste de SP. Foto: Edson Hatakeyama

Tendas são montadas na zona Leste de SP. Foto: Edson Hatakeyama

Tendas na zona Leste

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que as duas primeiras tendas de apoio ao atendimento de pacientes com suspeita de dengue nos distritos de Cangaíba e Lajeado têm capacidade média de 150 atendimentos por dia e estão anexas às Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Assistência Médica Ambulatorial (AMA). O funcionamento é de segunda a sábado, das 7h às 19h.

Essa providência faz parte do Plano de Contigências da dengue e as tendas devem ser instaladas nas regiões onde os casos suspeitos de dengue, zika e chikungunya superem 40% da capacidade de atendimento das UBS e AMAs, permitindo um atendimento imediato. “As unidades de saúde foram orientadas e quaisquer pessoas que apresentarem febre, dores e, às vezes, manchas na pele, têm atendimento prioritário e devem ser encaminhadas para as tendas com o cartão dengue, que indicará o histórico de atendimento, medicação prescrita e visitas às unidades”, disse o secretário municipal da Saúde Alexandre Padilha.

A SMS informou ainda que a instalação das tendas antecede o período de março e abril, que historicamente marca o aumento de casos de dengue no município. “Evita também que a alta na procura prejudique o atendimento usual. Com equipe formada por clínicos, pediatras, enfermeiro e técnicos de enfermagem, as instalações provisórias permitem a realização de triagem, atendimento clínico, medicação, hidratação e hemograma dengue, que possibilita a verificação do nível de plaquetas e gravidade dos casos”.

“As condições climáticas deste período do ano podem aumentar ainda mais a população do mosquito em muitas áreas”, comentou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan (foto: Universidade de Princeton)

“As condições climáticas deste período do ano podem aumentar ainda mais a população do mosquito em muitas áreas”, comentou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan (foto: Universidade de Princeton)

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