Sábado | 4 de dezembro, 2021


Preocupadas com os riscos que aumentam em festas, bares e baladinhas, elas criaram um “antídoto” simples, acessível e eficiente contra o envenenamento por drogas em bebidas.


Momentos de lazer são indispensáveis para a saúde do corpo, da mente e da alma. Partindo de tal princípio, aliás, comprovadíssimo pela Ciência, chegamos à inevitável conclusão de que é absolutamente salutar uma mulher (ou qualquer outra pessoa) frequentar baladinhas de vez em quando, sair para dançar e/ou baixar na festa da faculdade, entre outras distintas possibilidades de vitaminar a vida de alegria.

Em tese é isso mesmo. Porém, a teoria, na prática, pode ser diametralmente oposta e bem assustadora. Em especial no caso delas, é público que há riscos diversos – boa parte deles enquadrados no leque da violência de gênero. Por exemplo: de tempos para cá, têm sido cada vez mais comum episódios de mulheres dopadas com alguma droga colocada na bebida.

Aliás, uma rápida busca no Google permite registrar que também estão aumentando os casos de morte por envenenamento por drogas misturadas às escondidas em drinques e até em refrigerantes.

 

Tampô: criação das universitárias da FGV. Foto: reprodução / Instagram / Tampô

 

Tampô

Atentas às ameaças contra as mulheres e antenadas ao meio que conhecem bem, um grupo de universitárias da Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV) criou um “antídoto” simples, acessível e eficiente contra o envenenamento por drogas em bebidas. Deram a ele o nome de Tampô!

Não ao acaso, pois é exatamente o que faz. Tampô, digamos assim, “lacra” a boca do copo, dificultando/inviabilizando tentativas de dopagem. O produto é pioneiro no Brasil e de enorme relevância social. Particularmente, considerando a escalada da violência contra as mulheres e a necessidade de utilização de luta, união e criatividade para vencê-la.

Tão interessante e louvável quanto o próprio Tampô é o trabalho que suas criadoras – as universitárias Gabriela Kulcsar, Gabriella Cossi, Georgia Naccache e Laura Pires – realizam nas mídias sociais para conscientizar as mulheres sobre esse tipo de truculência e abuso. No Instagram (https://www.instagram.com/usetampo), elas estão organizando ampla biblioteca a respeito do tema.

Há informações sobre golpes famosos, como o Boa Noite Cinderela, notícias de casos rumorosos e até uma corrente de proteção mútua no link "Vamos ajudar outras mulheres". Quem quiser sugerir temas ou interagir com a galera do Tampô pode ainda usar o e-mail usetampo@gmail.com.

Por essas e outras, já existe uma procura espontânea de diretórios acadêmicos de universidades para disponibilização de unidades do Tampô em encontros/festas, o que é alvissareiro em termos de prevenção à ação de criminosos e aos atos de violência às mulheres.