Terça-feira, 23 de janeiro de 2018 às 12h52
A febre amarela, doença causada por um vírus e transmitida por picada de mosquito, está trazendo pânico para alguns estados brasileiros. São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia estão entre eles, locais onde o número de pessoas infectadas vem crescendo descontroladamente.
“Na verdade a situação é alarmante, são muitos casos confirmados na cidade de São Paulo e letalidade chega a 60% dos casos graves. Nunca houve tantos casos por aqui. Os hospitais estão recebendo muitos pacientes com febre amarela”, informa a infectologista Thais Guimarães, coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e do Hospital do Servidor Público Estadual.
Os especialistas esclarecem que existe a febre amarela silvestre e a urbana. A silvestre é transmitida por mosquitos (Haemagogus e o Sabethes) que vivem nas matas e na beira dos rios. Já a febre amarela urbana não existe no Brasil desde 1942 e é transmitida quando um mosquito urbano, o Aedes aegypti, pica uma pessoa doente e depois pica outra pessoa, transmitindo a doença. Exatamente como acontece com outros problemas bem conhecidos como dengue, zika e chikungunya.
A única forma de não ter a doença é a vacinação. Mas a médica dá dicas que podem ajudar a prevenir. “Quem puder deve tomar a vacina. Mas se não for vacinado, é aconselhável evitar áreas de mata, usar repelente, roupas de mangas compridas, mosquiteiro nos quartos, usar repelentes elétricos na casa. Enfim, fazer tudo para evitar ser picado pelo mosquito transmissor do vírus da doença. Mas só a vacinação poderá bloquear a disseminação da enfermidade”, ressalta.
A febre amarela não tem tratamento. O que pode ser feito é tratar os sintomas da doença. “Os sintomas são dores pelo corpo, calafrios, dor de cabeça, mal estar, olhos amarelos, pois o vírus causa hepatite, e sangramentos no nariz, nas gengivas, além da febre. Se as pessoas apresentarem dois ou mais sintomas, devem procurar atendimento médico”, adverte Thais.
Apesar de a vacina ser a única forma de prevenção, não são todos que podem receber o medicamento. “Não podem vacinar as crianças até nove meses, pessoas com câncer que estejam sendo tratados com radio e quimioterapia, doentes que estão sendo medicados com drogas imunodepressoras, transplantados e pacientes com problemas neurológicos. Os idosos necessitam de avaliação médica para receber a vacina. Agora, diabéticos e hipertensos podem ser vacinados”, afirma a infectologista.
A partir do dia 25 de janeiro, o estado de São Paulo dá inicio à vacinação de toda a população. Na cidade de São Paulo, a imunização começará no dia 26 devido ao feriado de fundação da cidade. Serão aplicadas as vacinas fracionadas e, segundo a médica, não existe diferença entre a fracionada e a íntegra quanto à eficácia.
“A vacina integral dura para toda vida enquanto a fracionada tem validade de até 8 anos. Quem já tomou a vacina não precisa repetir a dose”, confirma Thais.
Leia mais sobre
MEDICINA&SAÚDE
Leia as últimas publicações