Terça-feira | 26 de fevereiro, 2019 | 11h54


Em abril de 2019, Global Summit Telemedicine & Digital Health mostrará como as novas ferramentas e a inteligência artificial já estão revolucionando a Medicina no Brasil e no mundo.

“Temos como objetivo desmistificar a inteligência artificial, situando-a no nosso dia a dia. O segundo passo é nomearmos o termo em nossa prática clínica e associá-lo à Telemedicina, robótica e Medicina em geral. Por fim, como podemos formar futuros médicos e profissionais da Saúde para essa realidade e quais profissões surgirão com este fenômeno? Se alcançarmos esses pontos, já demos um passo importante”.

 

Foto: APM / divulgação. Arte: aloart



Essa é a visão do coordenador do II Telemedicine Update, Chao Lung Wen, iniciativa preparatória para o Global Summit Telemedicine & Digital Health, que acontece de 4 a 6 de abril de 2019 no Transamerica Expo Center.

Chefe da Disciplina de Telemedicina da FMUSP, Chao pontua que a inteligência artificial está presente em situações simples da vida cotidiana, como em aplicações do Google Assistant e a Siri, que utilizam processamento de voz para atuar como assistente pessoal. Também estão no Facebook, que utiliza o reconhecimento de imagem para recomendar marcações em fotos; em aplicativos de reconhecimentos musicais; em tradutores on-line; e em mapas, por exemplo.

Ele traça algumas considerações importantes sobre o uso da IA na prática médica: “A inteligência artificial precisar ser ensinada e validada no campo acadêmico. Temos que treinar os médicos e profissionais da saúde para essa realidade e prepará-los para os questionamentos éticos, morais e sociais quanto a esse uso, além de observarmos os custos para montar e manter infraestrutura de banco de dados.”

IA

Luis Velez Lapão, da Universidade Nova de Lisboa, um dos conferencistas internacionais do Global Summit, também destaca a importância da IA no processo de decisão e na interação com os pacientes, resgatando os objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas.

“Acima de tudo, precisamos considerar a vida sustentável na Terra. Ou seja, não podemos pensar apenas em novas tecnologias e ferramentas robóticas, temos que refletir ainda sobre a direção ética e econômica, porque enfrentamos um período complicado de mudanças climáticas cada vez mais evidentes, entre outras questões, como envelhecimento populacional, co-morbilidades, práticas medicamentosas exacerbadas, falta de recursos humanos em Saúde, custos altos de vida, desafios de digitalização e novos hábitos consumistas.”

Lapão reitera que a transformação digital em serviços de saúde trouxe três grandes impactos para a área: novas tecnologias digitais vinculadas à gestão/conhecimento dos processos de interação com pacientes e a importância da capacitação dos profissionais.

“Nesse sentido, precisamos focar nas melhorias do desempenho do sistema de saúde. De como essas novas tecnologias vão trazer melhorias aos pacientes e profissionais, a exemplo da redução de internações e economias ao setor. Por outro lado, como a Telemedicina integrará os serviços médicos.”

Ainda de acordo com ele, inicialmente a IA assumirá o papel de assistente nas diversas áreas da Saúde e, aos poucos, essas funções serão completamente automatizadas. No futuro, em sua visão, a ciência de dados e a inteligência artificial terão importância na formação curricular médica. E a Medicina terá a mesma equivalência da Telemedicina.

Robotização

Chao Wen exemplifica modelos de robôs já usados no mundo, como equipamentos de limpeza e higienização automática em hospitais, cuidadores em home-office e ferramentas que mimetizam o relacionamento emocional com animais, usadas em pacientes para tratamento de depressão, ansiedade e demência.

“A videoconferência é um sistema robótico, muitos hospitais a utilizam para agilizar o atendimento em UTIs e prontos-socorros. E temos ainda os robôs capazes de executar cirurgias delicadas”, acrescenta.

Opinião semelhante tem Tatiana Almeida, médica geneticista do Hospital Israelita Albert Einstein. Veja o que ela pensa a respeito da necessidade de os profissionais entenderem que as novas ferramentas vêm como formar de facilitar os processos das pesquisas baseadas em evidências.

“A máquina não substituirá o trabalho do médico, ele só irá ganhar tempo extra para execução de suas tarefas, com a agilidade dos recursos desse mecanismo. Dois pontos que devemos levar em consideração: nem tudo automatizado é inteligência artificial e não há Medicina Personalizada sem a atuação humana”, finaliza.


Fonte: ASCOM / APM

Acesse a nova página especial sobre Telemedicina e Saúde Digital. Ilustração: aloart / sobrefotos

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