Sábado | 18 de março, 2023

Segundo Emerson de Oliveira, mestre e doutor pela UNIFESP e responsável pelo Setor de Uroginecologia e Disfunções do Assoalho Pélvico da Faculdade de Medicina do ABC, mais de 30% das mulheres terão ao menos um episódio da doença ao longo da vida – e até 11% dessas pacientes terão cistite recorrente.


Ela quase sempre começa discreta. Pode ser, por exemplo, a sensação de ardência na hora de urinar. A vontade de urinar com frequência. Ou ainda a dor nas costas e no baixo ventre. Com o tempo, contudo, os sintomas se intensificam e a doença pode evoluir. Estamos falando da infecção/inflamação que é uma “pedra no sapato” de muitas mulheres, a cistite.

Bactérias

Embora também acometa homens, ela é mais comum entre a população feminina. Uma das explicações é anatômica: como as mulheres têm a uretra mais curta e mais próxima ao ânus, bactérias que habitam a região perineal conseguem chegar à bexiga e se multiplicar. Uma delas é a Escherichia coli, que vive no intestino das pessoas e até mesmo de alguns animais. Mas há indivíduos com pré-disposição, como quem tem diabetes Mellitus, sonda vesical e doenças na próstata.

Hábitos

É possível destacar alguns (maus) hábitos que desencadeiam a cistite: segurar a urina por muito tempo, o que cria um ambiente favorável à proliferação de bactérias; beber pouca água, o que diminui a micção que ajuda a limpar a bexiga; e não dar atenção à higiene íntima, o que leva ao aumento de bactérias na região do períneo. Além disso, a doença também pode surgir a partir de relações sexuais. Com a fricção dos órgãos genitais, há maior risco de transporte de bactérias perineais para o canal da uretra e, portanto, para a bexiga. Vem daí expressões como “síndrome do namorado novo” e “cistite de lua-de-mel”. Por isso, após o sexo, deve-se lavar bem a região.

Tratamento

O tratamento requer, durante alguns dias, o uso de antibióticos que são definidos de acordo com o tipo de bactéria encontrada no exame de urina. Entretanto, pacientes que enfrentam episódios recorrentes de cistite podem ser submetidos a tratamentos mais longos, fazendo uso de antibióticos (em menor dose) por meses.


Destaque – Foto: FMABC / Divulgação