Terça-feira, 22 de setembro de 2015, às 11h49


A síndrome de abstinência neonatal (SAN) engloba um grupo de problemas de saúde que um bebê pode apresentar quando a mãe utiliza drogas e álcool durante a gestação. Praticamente tudo o que ela ingere passa para a criança por meio da placenta; nesse caso, os entorpecentes podem gerar dependência no feto. Os sintomas mais comuns são irritabilidade extrema, hipersensibilidade, tremores e alteração do padrão do sono. Eles surgem geralmente entre o primeiro e o terceiro dia de vida, quando se inicia a SAN.

Em relação à ingestão de bebidas alcoólicas, quando acontece até a oitava semana de gravidez, período em que a maioria das mulheres não sabe que estão grávidas, o feto pode desenvolver alterações faciais e malformações em outros órgãos, como coração e rins. Contudo, o principal órgão atingido é o sistema nervoso central.

 

Praticamente tudo o que a mamãe ingere passa para a criança por meio da placenta. Foto: divulgação | aloart+

Praticamente tudo o que a mamãe ingere passa para a criança por meio da placenta. Foto: divulgação | aloart+

 

“O dano cerebral é generalizado e podem surgir anormalidades funcionais à medida que a criança cresce. Os problemas mais frequentes são dificuldade na linguagem e, principalmente, no aprendizado de matemática; o quociente intelectual é baixo, em torno de 70, além do déficit de atenção e hiperatividade, que pode estar presente em 50 a 90% dos casos”, explica a dra. Conceição Segre, coordenadora do Grupo de Trabalho sobre os Efeitos do Álcool na Gestante, no Feto e no Recém-nascido da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

Prejuízos à saúde

A cocaína, por exemplo, tem potencial de ocasionar restrição do crescimento fetal, interferindo na diminuição do peso de nascimento. Já no caso da maconha, alterações no sistema nervoso do feto e distúrbios neurocomportamentais.

A síndrome de abstinência neonatal pode ser diagnosticada intraútero, quando a mãe se encontra em desintoxicação. Na ultrassonografia, verifica-se aumento da movimentação fetal, alterações cardíacas e sinais de comprometimento da oxigenação fetal. Após o nascimento, confirma-se o quadro com exame clínico do recém-nascido; alterações neurológicas podem ser visualizadas com exames de imagem.

“No decorrer da vida do indivíduo, a doença pode se manifestar por alterações comportamentais, dificuldades de aprendizado, de linguagem e de socialização, assim como retardo mental e toxicodependência”, afirma dra. Conceição.

Em relação, especificamente, ao álcool, os sinais variam desde a presença de sopros até casos graves de insuficiência cardíaca; se o rim for atingido, pode acarretar em infecções urinárias e chegar à insuficiência renal aguda. O comprometimento neurológico é sempre o mais grave.

Quanto ao consumo do tabaco, estudos comprovaram que o fumo diminui o peso fetal em até 200g, além da possibilidade de sofrer com afecções e patologias respiratórias, como asma, bronquite e rinite alérgica.

A atriz Debora Secco também está engajada na campanha. Foto: Divulgação

A atriz Debora Secco também está engajada na campanha #gravidezsemalcool. Foto: Divulgação

Leia mais sobre
MULHER

 

Foto: divulgação / aloart+

Foto: divulgação / aloart+

Leia mais sobre
SAÚDE

 

Foto: Divulgação

Incontinência urinária. Foto: Divulgação

Leia mais sobre
MEDICINA

 

Leia as últimas publicações