O sucesso do projeto dos novos carros da maior categoria do automobilismo brasileiro também passou pelo desenvolvimento de componentes com aplicação de materiais de alto desempenho para veículos de competição automobilística, realizado pelo Laboratório de Estruturas Leves do IPT.
O projeto de P&D para a nova geração de veículos de competição da Stock Car Brasil, que teve início no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) em janeiro de 2022, alcançou seu objetivo em maio de 2025 com a realização da primeira etapa da categoria no Autódromo de Interlagos em São Paulo, nos dias 2, 3 e 4 do mês passado.
O projeto envolveu o desenvolvimento de componentes veiculares do pacote aerodinâmico e de proteção ao choque, utilizando materiais de alto desempenho à base de compósitos de matriz polimérica, e contribuiu para uma redução de peso do carro de cerca de 200 kg e um novo modelo quatro segundos mais rápido do que o modelo de 2024.
O escopo do projeto contou com fomento da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), além de simulações computacionais estruturais, de CFD (Computational Fluid Dynamics, normalmente chamado de testes de túnel de vento virtual) e de crashworthiness, testes de grande escala para avaliação do projeto do chassi, fabricado com uma liga especial de aço, especialmente para a nova geração de veículos de competição da Stock Car Brasil.
Leia também:
Stock Car inova mais uma vez – primeira corrida dos novos carros foi em Interlagos, SP
O projeto foi realizado no laboratório do IPT, localizado no Parque Tecnológico de São José dos Campos, em parceria com a startup Audace Tech, integrante do grupo Veloci, que é o controlador das categorias Stock Car Pro Series e Stock Car Series – a infraestrutura laboratorial usada incluiu equipamentos para avaliação de materiais, manufatura de peças, softwares de projeto e simulações numéricas.
Além disso, o Laboratório de Infraestrutura em Energia do IPT, situado no campus da sede do IPT em São Paulo, esteve envolvido nos ensaios de chassi. O conjunto aerodinâmico, que tem como item adicional a carroceria projetada pela Audace Tech, está relacionado à estabilidade e à velocidade desempenhada em pista.

Além de simulações computacionais estruturais, de CFD (Computational Fluid Dynamics) e de crashworthiness, testes de grande escala para avaliação do projeto do chassi, fabricado com uma liga especial de aço, fazem parte do escopo do projeto. Crédito: IPT / Divulgação
Uma das frentes de trabalho ficou responsável pela avaliação aerodinâmica do veículo em diferentes condições de velocidade, posições de asa, altura da frente e rake, entre outras, de modo a projetar os componentes e a entender a contribuição de cada um em termos de downforce e drag, e para o desempenho global do sistema. Como são diferentes carrocerias que remetem às atuais montadoras da Stock Car 2025 (GM, Toyota e Mitsubishi), houve uma etapa de equalização de desempenho do projeto.
“Os principais desafios envolveram conciliar a performance do novo carro com a segurança dos pilotos, integrar os diferentes componentes do veículo e gerenciar as mudanças ao longo do projeto”, detalhou o pesquisador do IPT, Wellington Lombardo Nunes de Mello, no final do mês de abril, antes da corrida que seria realizada dias depois. “O projeto representa um avanço significativo em termos de tecnologia, segurança e desempenho para a categoria de automobilismo nacional. O trabalho conjunto entre as instituições e as empresas demonstrou o compromisso com a inovação e o desenvolvimento sustentável no setor automotivo.”
Destaque – Foto: Mitsubishi / Divulgação