População poderá acompanhar em tempo real os níveis dos mananciais na Grande São Paulo; medidas estimulam consumo consciente nos períodos mais críticos.
O Governo de São Paulo lançou nesta sexta-feira (24) uma plataforma hospedada na página da SP Águas que vai permitir o acompanhamento dos recursos hídricos que envolvem diretamente o abastecimento de água. O hub permitirá observar os níveis dos reservatórios e mananciais do Sistema Integrado Metropolitano (SIM), tendo como principais objetivos a transparência e levar conhecimento à população, incentivando práticas de consumo consciente.
Metodologia e faixas
As 7 faixas de atuação representam etapas graduais de criticidade e orientam quais medidas de contingências serão adotadas em cada cenário. Para assegurar previsibilidade, as restrições só acontecem após sete dias consecutivos dos índices em uma mesma faixa, com relaxamento após 14 dias consecutivos de retorno ao cenário imediatamente mais brando.
Nas faixas de 1 a 3, o foco é em prevenção, consumo racional de água e combate a perdas na distribuição. As faixas 1 e 2 estabelecem o Regime Diferenciado de Abastecimento (RDA) e a gestão de demanda noturna de 8 horas, respectivamente. A faixa 3, em que São Paulo se encontra atualmente, prevê gestão de demanda noturna de 10 horas por dia e intensificação de campanhas de conscientização.
Já nas faixas 4, 5 e 6, os cenários são de contingência controlada, com períodos ampliados de redução da pressão na rede, por 12, 14 e 16 horas. Por fim, na faixa 7, o cenário mais grave inclui o rodízio de abastecimento entre regiões, com obrigação de fornecimento de caminhões-pipa para apoio a serviços essenciais. “O rodízio é uma medida de caráter excepcional e de impacto muito alto. Ele só será considerado quando todas as medidas anteriores se revelarem insuficientes para garantir a preservação dos reservatórios”, explicou o diretor-presidente da Arsesp.
Mais resiliência hídrica
Desde agosto, a redução da pressão noturna economizou 25 bilhões de litros de água, volume equivalente ao consumo somado das cidades de Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá, por 2 meses. Para auxiliar a população mais vulnerável, a Sabesp atuará na oferta gratuita de caixas d’água a clientes beneficiados pela Tarifa Social Paulista.
No último dia 26, a SP Águas declarou escassez hídrica na Bacia do Alto Tietê e na porção de competência estadual da bacia do Rio Piracicaba, que inclui o Sistema Cantareira. A agência determinou a suspensão temporária da emissão de novas outorgas de uso da água, exceto as consideradas prioritárias para consumo humano e de animais.
Desde o início deste mês, o Sistema Cantareira opera na Faixa de Restrição (Faixa 4), com redução da captação máxima pela Sabesp de 27 m³/s para 23 m³/s para preservar os reservatórios.
Acompanhamento pela população
Com o objetivo de permitir o acompanhamento da situação hídrica nas cidades pela população, a SP Águas lançou um mapa com o monitoramento dos indicadores do protocolo de escassez hídrica da agência em todos os municípios paulistas, que abrangem dados de pluviometria, reservação, intensidade da seca, entre outros.
A ferramenta, disponível no site da agência, também traz informações sobre a situação dos mananciais, comunicados, boletins diários e integrados. Na Sala de Situação é possível acompanhar as condições de chuvas, cotas e vazões de rios, níveis piezométricos, balanço hídrico e níveis dos principais reservatórios de regularização.
Nos sites da SP Águas e da Arsesp, qualquer usuário consegue acompanhar em tempo real a curva de contingência, que vai nortear as ações de resiliência hídrica.
Destaque – Estação de captação de água de Ibiúna. Foto: Governo de SP



