Diante de um prejuízo de R$ 4,3 bilhões já no primeiro semestre deste ano, segundo balanço divulgado pela própria empresa em setembro, os Correios pedem socorro, mas a ajuda está difícil.


O primeiro trimestre de 2025 fechou com prejuízo de R$ 1,7 bilhão e o segundo trimestre registrou perdas de R$ 2,6 bilhões; o pior começo de ano desde 2017 e quase cinco vezes pior do que o resultado entre abril e junho de 2024. Os Correios atribuem aos salários aumento das despesas de precatórios e um dos itens mais comentados é a queda no faturamento com as encomendas internacionais, apelidadas de “taxa das blusinhas”.

A “taxa das blusinhas”, do ministro Haddad, prevê um imposto de 20% para compras de até US$ 50 e de 60% para valores superiores. Com isso, os brasileiros tiraram o pé do acelerador e agora o próprio governo Lula articula um empréstimo bilionário para salvar os Correios, que possuem mais de 55 mil funcionários.

Tábua de salvação milagrosa

A instituição, que já vinha se arrastando nos governos petistas com prejuízos, teve lucro em 2021. Porém, em 2025, alcançou um rombo histórico, superando todos os prejuízos registrados desde 2016. Na verdade, a crise tem sua origem na má gestão e há entre os partidos de oposição quem encontre cenários de corrupção.

Nesta quinta-feira (23), a Caixa Econômica Federal anunciou a criação de um fundo imobiliário com imóveis dos Correios para tentar salvar a empresa, que já mereceu muita credibilidade e possui a maior capilaridade logística do país.

Segundo o presidente da Caixa, Carlos Vieira, o patrimônio imobiliário dos Correios está avaliado em mais de R$ 5,5 bilhões. O fundo que poderá ser criado vai funcionar no modelo sale and leaseback, em que a empresa vende os imóveis ao fundo e, em seguida, os aluga de volta.

Segundo Vieira, o retorno médio desse tipo de operação gira em torno de 0,4% ao ano. A expectativa é que essa medida atraia investidores privados e ajude a capitalizar a empresa.


Destaque – Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil


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