A integração de Cultura e Educação em estratégias ESG mostra como empresas podem gerar impacto social, promover a inclusão e transformar as comunidades locais.


A demanda por parte de consumidores, investidores e comunidades têm levado as empresas a se reposicionarem local e globalmente, repensando suas estratégias de atuação no que diz respeito à responsabilidade social. Esse movimento visa não apenas atender às exigências do mercado, mas, principalmente, gerar um impacto genuíno nas localidades onde essas companhias estão inseridas e podem exercer um papel de protagonismo. No centro dessa transformação, a Cultura e a Educação emergem como pilares fundamentais para o desenvolvimento social sustentável, fortalecendo os vínculos com as partes interessadas e reforçando o compromisso na área ESG (Environmental, Social and Governance) ou ASG [Ambiental, Social e Governança], em português.

Segundo o relatório UNESCO Futures of Education: Learning to Become (2021) [Futuros da Educação: Aprender a tornar-se], a Educação e a Cultura são os principais alicerces do desenvolvimento sustentável e a sua integração estimula a criatividade, o pensamento crítico e o fortalecimento das identidades locais – elementos essenciais de inovação e de crescimento econômico. Neste contexto desafiador, cada vez mais empresas investem em projetos que combinam vertentes educacionais e culturais com suas estratégias de responsabilidade social. Tal estratégia se alinha com os dados trazidos em relatórios como o Edelman Trust Barometer (2023) [Barômetro Edelman de Confiança], que indica que 61% dos consumidores globais preferem empresas que promovem impacto social positivo, destacando a relevância e o alcance dessas iniciativas.

 

Cultura, Educação e ESG: como as empresas transformam comunidades locais por meio de iniciativas sociais. Foto: BVC / Divulgação

 

Como consequência deste movimento, muitas organizações vêm buscando possibilidades de estimular o fomento a essas ações, criando e aprimorando programas sustentáveis que promovem a inclusão social e o acesso à Educação e a formação de uma nova cidadania. Exemplos incluem a formação artística, cursos de capacitação e ações de resgate cultural desenvolvidas por empresas como a Bela Vista Cultural, editora, produtora e consultoria paulistana especializada em projetos de impacto social, que utiliza a Cultura como uma ferramenta para fomentar a Educação e a inclusão social, especialmente em comunidades de baixa renda por todo o Brasil.

“A Bela Vista Cultural surgiu para atender uma demanda da rede pública de ensino que muitas vezes carece de programas de capacitação, materiais, recursos e atividades fundamentais para o desenvolvimento de sua ação pedagógica. Servindo como uma ponte com as empresas socialmente responsáveis, acreditamos que a Cultura e a Educação transformam as comunidades ao criar oportunidades e ampliar os horizontes. Nosso diferencial é atuar lado a lado com as partes interessadas, desenvolvendo projetos que dialogam diretamente com as suas demandas e potencialidades”, explica Renan Cyrillo, sócio-presidente da empresa.

Projetos desenvolvidos pela editora em 2024 exemplificam como essas iniciativas bem planejadas geram um impacto concreto. O “Caminho das Águas no Brasil”, por exemplo, desenvolvido junto às empresas Zmax Blue Ship Group, Águas Prata e HStern, busca conscientizar populações sobre o uso responsável da água. Realizado em escolas públicas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, ele beneficiou comunidades escolares que enfrentam desafios relacionados à escassez de água e sua má qualidade, promovendo reflexões sobre a sustentabilidade e a preservação de recursos naturais. Outro projeto, o “Cerrado Imaterial – Berço da Vida”, desenvolvido com a CMOC Brasil, personalizou uma estratégia para valorizar as tradições dos “povos cerradeiros” em comunidades rurais de Goiás, promovendo um intercâmbio cultural entre estudantes da rede pública e moradores locais para preservar memórias e a biodiversidade do segundo maior bioma do Brasil.

 

Cultura, Educação e ESG: como as empresas transformam comunidades locais por meio de iniciativas sociais. Foto: BVC / Divulgação

 

Ações integradoras como essas corroboram dados que mostram, por exemplo, que as empresas brasileiras têm intensificado o uso de leis de incentivo à Cultura, especialmente por meio da Lei Rouanet, para financiar projetos culturais. Em 2024, o orçamento destinado pelo mecanismo federal foi de cerca de R$ 3 bilhões, refletindo um aumento significativo no uso dessa possibilidade de incentivo fiscal.

“Quando desenvolvemos esses projetos personalizados buscamos caminhos que facilitem o aporte e a utilização de mecanismos que beneficiem também as empresas, como é o caso das Leis de Incentivo Fiscal. Ao adotar a Cultura e a Educação como pilares de suas estratégias ESG, as companhias contribuem para a formação de uma sociedade mais inclusiva e equitativa, deixando um legado positivo para gerações futuras. Além disso, fortalecem os laços de confiança com comunidades e stakeholders [partes interessadas], consolidando sua reputação no mercado. Essa abordagem é, portanto, uma das maneiras mais eficazes de se combinar responsabilidade social com vantagens competitivas, posicionando essas organizações como protagonistas de uma mudança real e necessária no mundo corporativo e na coletividade como um todo”, conclui Renan Cyrillo.


Destaque – Ações educativas Bela Vista Cultural. Foto: BVC / Divulgação


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Publicação:
Domingo | 19 de janeiro de 2025.


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