O objetivo é reorganizar e qualificar a circulação de pedestres, além de fortalecer o comércio local que possui grande fluxo de visitantes nos finais de semana e nos festivais orientais. A primeira etapa das obras será realizada na Praça da Liberdade-África-Japão.
O bairro da Liberdade, na região central da capital paulista, já começou a receber melhorias previstas pela Prefeitura de São Paulo. A intervenção abrange uma área de 14.500 m² e contempla diversas vias, como a Rua dos Estudantes, Beco dos Aflitos, Praça da Liberdade-África-Japão, Rua Galvão Bueno, Rua Américo de Campos e Rua Thomaz Gonzaga. Entre fevereiro e abril, o projeto foi discutido com comerciantes, lideranças locais e órgãos públicos, com o objetivo de dar transparência às ações e definir a melhor estratégia para execução da obra.
Com foco na transformação urbana sustentável, as intervenções incluem alargamento de calçadas e esquinas; mudanças no pavimento para adequação às normas de acessibilidade universal; qualificação dos cruzamentos para pedestres; aumento da vegetação (árvores e jardins de chuva); ampliação da oferta de mobiliários urbanos e elevação do nível da rua para criação de via compartilhada entre pedestres e veículos no Beco dos Aflitos e na Rua Galvão Bueno.
Com gestão da São Paulo Urbanismo e previsão de conclusão em 2026, as obras têm custo estimado em R$ 4,6 milhões, financiados pelo Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb). O projeto básico foi elaborado pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL).
Requalificações
A Praça da Liberdade África-Japão terá o acesso de veículos, hoje feito a partir da Rua dos Estudantes, alterado para a Avenida da Liberdade. O novo acesso terá a substituição completa dos ladrilhos do piso, com a preservação do mosaico original. A intervenção contribui significativamente para a melhoria da acessibilidade de pedestres e requalificação estética do espaço. O objetivo é permitir que a circulação de veículos continue nos períodos em que a Rua dos Estudantes estiver com o tráfego interrompido.
A Rua dos Estudantes, no trecho entre a Avenida da Liberdade e a Rua da Glória, terá as calçadas ampliadas e requalificadas com acessibilidade. Receberá também jardins de chuva, novas árvores, bancos e lixeiras.
Na Rua Galvão Bueno, o leito viário será elevado ao nível da calçada e as calçadas requalificadas. No local serão implantadas novas árvores, floreiras e espaços de permanência.
As ruas Américo de Campos, entre a Avenida da Liberdade e Rua da Glória, e a Rua Thomaz Gonzaga, entre a Avenida da Liberdade e Rua Galvão Bueno, também terão as calçadas ampliadas e requalificadas e receberão ações de paisagismo e mobiliários urbanos.
Requalificação do histórico Beco dos Aflitos
Símbolo de resistência e memória na região central, toda a via do Beco do Aflitos será elevada ao nível da calçada e um novo sistema de drenagem será implantado.
O Beco dos Aflitos é um espaço de grande importância histórica e cultural e as intervenções no local começaram em novembro do ano passado, através da substituição de postes orientais de iluminação instalados na década de 1970 por postes tradicionais.
A Capela dos Aflitos, um dos símbolos da memória do local, recebeu iluminação própria que valoriza o monumento e receberá investimento municipal para seu restauro. De acordo com a Prefeitura, ao seu lado será criado o Memorial dos Aflitos, espaço em homenagem à memória negra e indígena da cidade.
O bairro da Liberdade é sinônimo de pluralidade cultural. Anterior à intensa e conhecida migração oriental ocorrida ao longo do século XX, sua história remonta ao século XVIII, quando a região foi ocupada, predominantemente, por negros e indígenas. Poucos remanescentes daquela época foram mantidos, entre eles, a Capela dos Aflitos. Datada de 1774, a edificação foi construída na área do antigo Cemitério dos Aflitos, primeiro cemitério público da cidade e que esteve em funcionamento entre os anos 1779 e 1858.
Destaque – Rua Thomaz Gonzaga, na Liberdade, que passará por revitalização. Imagem: SMUL / Divulgação