Segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018 às 20h01
O alto-comissário da ONU para refugiados, Filippo Grandi, chegou ao Brasil nesta segunda-feira (19) para uma viagem oficial de dois dias. Ele participará da reunião de consulta da América Latina e do Caribe sobre o Pacto Global para Refugiados, que está sendo discutido pelos Estados-membros das Nações Unidas com o objetivo de enfrentar as crises humanitárias globais.
ONU Brasil
A situação dos refugiados venezuelanos, que têm entrado no Brasil para escapar da crise política e econômica no país, deve integrar as discussões de Grandi com autoridades em Brasília, incluindo o presidente brasileiro, Michel Temer.
Até o momento, o Brasil já concedeu mais de 8 mil vistos de residência temporária a venezuelanos que acessaram o território brasileiro. A informação foi dada à ONU News pelo porta-voz do ACNUR no país, Luiz Fernando Godinho.
Para o ACNUR, é clara a necessidade de proteção e assistência aos milhares de venezuelanos que estão chegando aos países vizinhos, forçados a deixar a Venezuela devido à instabilidade no país.
Segundo a agência da ONU, o Brasil tem dado bom exemplo ao manter suas fronteiras abertas e permitir que essas pessoas acessem o território brasileiro e apresentem seus pedidos de refúgio. Já são mais de 20 mil pedidos de refúgio feitos por venezuelanos no Brasil.
O ACNUR informou ainda que, em Brasília, Grandi também se reunirá com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e irá discursar na abertura da reunião regional no Palácio Itamaraty.
O porta-voz da agência disse ainda que a ONU valoriza a cooperação com o Brasil e com os demais países latino-americanos e caribenhos em seus sistemas de proteção a refugiados.
“Para o ACNUR, e também para o alto-comissário, a América Latina e o Caribe têm sido um exemplo de solidariedade, hospitalidade e cooperação em relação a essas pessoas que fogem de conflitos, de perseguições não só aqui como fora da região”, declarou Godinho.
“Existem novas causas de deslocamentos. Hoje, temos a violência de grupos criminosos organizados, existem questões relacionadas às mudanças climáticas, existem novos conflitos que surgem na região e que a impactam, e os países da América Latina e do Caribe têm continuado a expandir e a adaptar oa seus sistemas de proteção para lidar com essas novas situações.”
Na tarde desta segunda-feira (19), Grandi concedeu uma entrevista a jornalistas no Palácio Itamaraty e na terça-feira (20) participará da reunião regional.
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