Um dispositivo de diagnóstico oferece alerta precoce para doenças oculares e câncer. Sem a necessidade de biópsias físicas, ele aumenta o bem-estar do paciente e acelera o diagnóstico, resultando em terapias mais eficazes.
No Brasil, segundo os levantamentos governamentais de 2021, foram 231,6 mil mortes, somados todos os tipos da doença, em homens e mulheres.
De acordo com o Eurostat, cerca de 1,3 milhão de europeus morrem anualmente de câncer. Além disso, a projeção é de que um em cada 30 europeus desenvolva perda de visão. Ambos obviamente têm um impacto significativo na saúde dos indivíduos em questão, mas também representam um grande fardo para a infraestrutura de saúde da Europa.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por sua vez, aponta que existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil, sendo 500 mil cegas e cerca de 6 milhões com baixa visão.
Na Europa, por meio do projeto LASER-HISTO apoiado pela União Europeia (UE), a empresa alemã de alta tecnologia JenLab fabrica um dispositivo de diagnóstico não invasivo, baseado em radiação laser de femtossegundo (equivalente ao quadrilionésimo de um segundo), que permite biópsias virtuais da pele e dos olhos.
Diagnóstico precoce imediato
O dispositivo LASER-HISTO é um tipo de tomógrafo que produz imagens de ultra-alta resolução de células dentro da pele e da córnea. Ele faz isso por meio de seccionamento óptico rápido baseado na tecnologia de laser de femtossegundo no infravermelho próximo. Essa abordagem usa dois fótons de baixa energia para excitar a fluorescência profundamente no tecido, em vez do emprego mais típico de um fóton de alta energia de lasers de pulso longo, resultando em menor penetração de luz.
Além de permitir dados morfológicos 3D com resolução submicrométrica, a imagem também fornece informações sobre o metabolismo e as substâncias químicas intrateciduais, servindo como pistas vitais para os médicos detectarem doenças antes que elas se tornem visíveis.
Outra característica fundamental da tecnologia é que, ao usar biomarcadores endógenos, ela captura imagens de cada tecido sem a necessidade de um marcador aplicado externamente. Esta abordagem tira partido do fato de as nossas células fornecerem sinais de luz fracos quando expostas à luz laser infravermelha próxima de femtossegundos, que pode ser medida por contagem de fótons únicos e usada para calcular a vida útil da fluorescência por pixel. A vida útil da fluorescência das células cancerígenas e das células afetadas pela inflamação é diferente da das células saudáveis.
Como resume o coordenador do projeto, Dr. Karsten König, “Atingimos o nosso objetivo de realizar diagnósticos de pele e olhos sem bisturi, sem marcação e com um resultado em minutos. Para colocar isto em perspectiva, o diagnóstico atual do câncer de pele na Europa, utilizando biópsias de pele, microscópios e patodermatologistas experientes, demora cerca de uma semana.”
Fonte: Cordis EU
Destaque – Imagem: aloart / G I