Estudo da Federação dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) mostra que, em 2024, as mulheres representaram mais da metade do total de vínculos formais nos dois segmentos, atrás apenas da Administração Pública (73,3%).
Alojamento e Alimentação são os setores, no segmento privado, que mais empregam mulheres no Brasil, com 57,5% de trabalhadoras contratadas de maneira formal. O índice é superior à média nacional da população feminina com carteira de trabalho: 41,4%. É o que revela o mais recente levantamento do Núcleo de Pesquisa e Estatística da Federação dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), divulgado em meados de junho, com dados referentes ao ano de 2024.
Representando mais de 500 mil estabelecimentos paulistas, a Fhoresp elaborou a pesquisa com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo o diretor-executivo da Federação, Edson Pinto, a contratação de mulheres é uma característica do segmento, uma vez que Alojamento e Alimentação acabam sendo a porta de entrada para o mercado de trabalho, sobretudo para jovens e mulheres até os 30 anos.
“Este levantamento comprova a importância do nosso segmento na inclusão das mulheres no mercado de trabalho. O setor atua fortemente na hospitalidade, que abarca hotéis, restaurantes, bares, casas noturnas, cafeterias, padarias e lanchonetes, sendo uma área eminentemente de contato humano, que depende de sensibilidade, de habilidade e de acolhimento — características que encontramos mais nas mulheres. Então, é natural que elas acabem ocupando essas vagas mais do que os homens”, observa Edson.
Estudo mostra mais de 1,2 milhão contratadas
No ano passado, o índice de trabalhadoras nos setores de Alimentação e de Alojamento foi de 57,5%, o que significa um universo de 1.293.768 mulheres. Homens representam 41,4%, totalizando 956.314 funcionários.
Dentro do subgrupo de Serviços, estes segmentos são os que mais contratam mulheres, ficando atrás apenas da Administração Pública, com 73,3% – essa área, no Brasil, historicamente, tem ocupação majoritariamente feminina, segundo estudo da Fhoresp – o que é reiterado por outros levantamentos e institutos de pesquisa.
De acordo com a entidade, o emprego formal feminino no País cresceu 11,16% entre 2022 e 2024, em ritmo superior ao masculino, que registrou 10,68%.
Salário em alta
A remuneração feminina também apresentou resultados positivos, de acordo com o levantamento da Fhoresp: passou da média de R$ 2.015 para R$ 2.180 – alta de 8%, entre 2022 e 2024.
Embora tenha sido registrado aumento na comparação com a alta dos salários oferecidos aos homens (7,7%), eles ainda recebem mais: R$ 2.515, como aponta o Núcleo de Pesquisa da Federação, que tem na Coordenação o economista Luís Carlos Burbano.
Empreendedorismo feminino
Em 2023, a Fhoresp criou a Diretoria de Empreendedorismo Feminino, comandada por Alessandra Caligiuri Calabresi Pinto.
Especialista em Direito da Mulher, a advogada acredita que não há diferença no piso salarial entre homens e mulheres, mas, sim, “distorções” face a cargos de liderança. A diretora da Federação destaca os esforços da entidade para reverter este cenário.
“Palestras e capacitações estão sendo ofertadas e realizadas para empresários do setor. Queremos desconstruir algumas crenças e mostrar as nossas necessidades e dores, para que o mercado abra espaço e conceda cada vez mais oportunidades para as mulheres em Diretorias, Gerências e Coordenações”, reforça Alessandra.
Destaque – Imagem: Fhoresp / Divulgação
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