Quarta-feira, 13 de setembro de 2017 às 13h24


A prisão aconteceu na manhã desta quarta-feira (13). Os irmãos Batista são investigados por crime de uso indevido de informações privilegiadas no mercado financeiro.

O pedido de prisão de Wesley Batista foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal. Joesley estava em regime de prisão temporária que poderia durar cinco dias e ter um adiamento de mais cinco. De acordo com a nota do MPF, a prisão agora é preventiva, sem data prevista para que eles sejam soltos. Os dois são investigados pelo crime de insider trading – uso indevido de informações privilegiadas no mercado financeiro.

O caso de São Paulo também envolve indiretamente a delação. Dias antes do anúncio da homologação da colaboração premiada de Joesley Batista e Ricardo Saud, os irmãos controladores do grupo J&F autorizaram a compra milionária de dólares e venda e posterior recompra de ações do grupo em um conjunto de operações realizadas dias antes da homologação da delação, caracterizando o crime de insider trading, investigado pela PF e pelo MPF.

 

Coletiva da Polícia Federal. Foto: Reprodução Youtube

 

A prisão preventiva dos irmãos foi decretada esta manhã pelo juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. O pedido formulado pela PF e MPF se baseou em relatórios da CVM e da PF que constataram que as operações financeiras eram extremamente atípicas. Além da aquisição de contratos futuros de dólar e contratos a termo de dólar, a empresa FB Participações vendeu 200 milhões de ações da JBS, que estavam em alta, alguns dias antes da divulgação da celebração do acordo.

Posteriormente, com a divulgação da informação privilegiada (homologação da delação), com o preço das ações já em baixa, em virtude da venda realizada dias antes, os investigados readquiriram as mesmas ações por valores bem inferiores.

O valor das operações, somente com os dólares, foi de quase US$ 3 bilhões, e causou um lucro aos irmãos Batista de US$ 100 milhões de dólares, sendo esta praticamente a mesma quantia da multa prevista na delação no processo criminal (US$ 110 milhões). No acordo de leniência firmado com o MPF-DF, o valor da multa acertada foi de R$ 10,3 bilhões.

O pedido de prisão preventiva foi formulado para que fosse interrompida a prática de crimes por parte de Joesley e Wesley. Segundo o pedido, assinado ontem, 12 de setembro, pelos procuradores da República Thaméa Danelon e Thiago Lacerda Nobre, Procurador Chefe da Procuradoria da República em São Paulo, “a organização criminosa (formada pelos irmãos Batista) continua articulada e em pleno funcionamento”.

Foi constatado que mesmo após assumir o compromisso de não cometer outros crimes, Joesley continuou perpetrando ilícitos criminais, e no entendimento do MPF “somente a prisão preventiva dos investigados poderá interromper a continuidade delitiva”, afirmou a Procuradora da República Thaméa Danelon.

A prisão de Joesley Batista por ordem do STF é temporária. A prisão preventiva não apresenta prazo determinado, podendo se estender no tempo enquanto for necessária às investigações e ao processo.

As informações são do MPF

COLETIVA DA PF SOBRE PRISÃO DE WESLEY BATISTA 13-09-2017 

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São Paulo - Saída do empresário Joesley Batista, dono da JBS, da sede Superintendência da Polícia Federal, após prestar depoimento.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

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