Segunda-feira | 1º de maio, 2023
Em artigo publicado hoje (1), o diretor-geral da OIT apelou “a uma Coligação Global para a Justiça Social e à reformulação das políticas econômicas, sociais e ambientais para criar um futuro mais estável e equitativo”.
Eleito pelo Conselho de Administração da OIT (Organização Internacional do Trabalho), composto por representantes de governos, trabalhadores e empregadores, durante sua reunião em 25 de março de 2022 em Genebra, Gilbert F. Houngbo é o 11º diretor-geral da organização e o primeiro africano a ocupar o cargo. Nascido em Togo – pequeno país da África Ocidental, localizado no Golfo da Guiné –, assumiu a função na OIT em outubro de 2022, substituindo o britânico Guy Ryder, do Reino Unido, no cargo desde 2012. Fundada em 1919, a OIT é a mais antiga agência especializada da ONU (Organização das Nações Unidas).
Reflexões
Antes de se tornar o diretor-geral da OIT, onde terá um mandato de 5 anos, Houngbo era presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA). Ao assumir o cargo declarou: “Comprometo-me a representar as vozes daqueles que confiam em nós, na OIT. Estou pensando nos quatro bilhões de pessoas ao redor do mundo que não têm acesso à proteção social. Estou pensando nas mais de 200 milhões de mulheres e homens que enfrentam o desemprego. Os 160 milhões de crianças em trabalho infantil. Os 1,6 bilhão de pessoas no setor informal. As empresas, particularmente as pequenas e médias empresas, que estão enfrentando interrupção ou fechamento da cadeia de suprimentos devido às crises, incluindo pandemia, mudança climática e conflito armado. Estou pensando nas mulheres e homens que enfrentam discriminação, violência e assédio no local de trabalho e em outros lugares. Todas essas são expressões da injustiça social inaceitável que somos moralmente, se não legalmente, obrigados a resolver”, afirmou.
1º de maio
Hoje, data em que se comemora o Dia Internacional do Trabalho, Houngbo escreveu um artigo publicado pela OIT, em que declarou: “O dia 1º de maio é amplamente conhecido como o Dia do Trabalho, um dia em que celebramos a contribuição dos trabalhadores em todo o mundo. É um momento de orgulho, celebração e esperança”. Lembrando a crise da Covid-19, realçou a inflação, os conflitos e choques de abastecimento de alimentos combustíveis e disse: “Precisamos muito disso. Mas as promessas de renovação feitas durante a pandemia, de ‘reconstruir melhor’, até agora não foram cumpridas para a grande maioria dos trabalhadores em todo o mundo,” completou. Em relação às empresas, Houngbo lembrou as dificuldades enfrentadas por elas e frisou: “As empresas foram duramente atingidas. Muitos não conseguiram lidar com os efeitos cumulativos de eventos inesperados recentes. As pequenas e microempresas foram particularmente afetadas e muitas encerraram suas atividades”.
Origens
As manifestações comemorativas do Dia 1º de Maio que acontecem na maioria dos países do mundo tem sua origem na greve geral que ocorreu na cidade norte-americana de Chicago. A greve foi organizada pelos sindicalistas, cujo movimento por melhores condições de trabalho já vinha sendo reivindicado desde 1882 naquele país, dentre elas a redução da jornada para 8 horas diárias que chegava a 17 horas. Durante as manifestações houve confrontos com a polícia, resultando em prisões e mortes de trabalhadores. No Canadá, essas reivindicações começaram antes ainda, em Toronto, no ano de 1872. Em 1917, no Brasil, ocorreu a 1ª Greve Geral, iniciada por mulheres envolvendo em torno de 400 operários do Cotonificio Crespi, tecelagem localizada no bairro Mooca, em São Paulo. Quando estes paralisaram as suas atividades, houve grande alarde junto ao patronato que temiam a repercussão do fato pelas demais fábricas. Convocados para o controle, policiais e trabalhadores entraram em choque. Nos Estados Unidos e Canadá, o Dia do Trabalhador é comemorado na primeira segunda-feira de setembro.
Destaque – Dia Internacional do Trabalho. Imagem: aloart