Se 2013 foi o ano do ressurgimento dos blocos carnavalescos na cidade de São Paulo, em 2024 eles alcançaram novo recorde com 536 desfiles confirmados, segundo a Prefeitura.


O pré-carnaval aconteceu nos dias 2, 3 e 4. Neste final de semana, começa o Carnaval propriamente dito e a folia vêm ganhando destaque pela quantidade de pessoas e blocos – foram inscritos 16% mais blocos carnavalescos do que no ano passado e a Prefeitura espera receber 15 milhões de foliões. Mas a retomada da folia de rua na Capital deixa uma dúvida: afinal, como era o Carnaval na cidade antes da chegada das grandes escolas de samba?

 

Festa de Carnaval da Comgás no Parque D. Pedro II. 1930. Foto: FES / Acervo

 

Belle Époque

As imagens vistas nesta matéria integraram a exposição itinerante “Belle Époque na Garoa” em 2014, revelando entre outros detalhes do cotidiano paulistano, como os foliões brincavam o Carnaval no início do século 20. As fotografias são do acervo da Fundação Energia e Saneamento de São Paulo (FES) e o texto que compôs a mostra foi baseado no livro homônimo – editado pela instituição e de autoria da historiadora Marcia Camargos. A obra retrata os desdobramentos da Belle Époque na “terra da garoa”, apresentando as transformações urbanas, sociais, políticas e culturais ocorridas na cidade de São Paulo, entre o final do século 19 e os anos 1920.

 

Funcionários da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás), durante o Carnaval de 1930, no Parque D. Pedro II. Foto: FES / Acervo

 

Colombinas, pierrôs e arlequins

Em São Paulo, o Carnaval da Belle Époque era marcado pelos cortejos carnavalescos, que atravessavam a Avenida Paulista com carros alegóricos ocupados por colombinas, pierrôs e arlequins. Outra característica do período era a presença de bandas de música em trechos de maior movimentação no centro da cidade. No Teatro Municipal, a terça-feira “gorda” era celebrada com suntuosos e concorridos bufês. O chamado corso, desfile de carros enfeitados repletos de foliões, reunia um grande número de imigrantes no Brás. Em 1914, surgiu o Grupo Carnavalesco Barra Funda, o primeiro cordão paulista, que seria o embrião das atuais escolas de samba.


Destaque – Imagem: Fundação Energia e Saneamento / Acervo


Publicação:
Sexta-feira | 9 de fevereiro, 2024