Domingo, 17 de julho de 2016, às 08h29


Campanha global pela proteção do Rio Tapajós e do povo Munduruku alcança o apoio de um milhão de pessoas durante visita da Diretora Executiva Internacional do Greenpeace.

Do Greenpeace Brasil

Bunny McDiarmid esteve no coração da Amazônia trabalhando lado a lado com o povo Munduruku na luta contra a construção da Usina Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós em seu território. A chegada da Diretora Executiva Internacional do Greenpeace à comunidade indígena se dá no mesmo momento em que a campanha global alcança um milhão de assinaturas pedindo que o Rio Tapajós continue vivo, assim como toda a vida a sua volta.

 

Bunny McDiarmid, Diretora Executiva Internacional do Greenpeace, navega no Rio Tapajós com lideranças Munduruku. Foto: © Lunaé Parracho / Greenpeace)

Bunny McDiarmid, Diretora Executiva Internacional do Greenpeace, navega no Rio Tapajós com lideranças Munduruku. Foto: © Lunaé Parracho / Greenpeace)

 

A hidrelétrica do Tapajós, se construída, destruirá a vida dos índios Munduruku ao criar uma reservatório com quase o tamanho da cidade de Nova York (729 km²) em plena Amazônia.

“Não existe melhores guardiões para o Rio Tapajós do que o povo Munduruku, que aqui viveu em equilíbrio com essa parte da Amazônia por séculos. A hidrelétrica de São Luiz do Tapajós é uma ameaça ao modo de vida dos Munduruku, ao Rio Tapajós e à maior floresta tropical do mundo, a Amazônia”, disse McDiarmid. “Há apenas uns meses, poucas pessoas no mundo conheciam a luta dos Munduruku. Hoje, já são mais de um milhão resistindo ao lado deles. Isso mostra o enorme apoio global que os Munduruku têm para continuar em sua luta contra as hidrelétricas e pela proteção da floresta”.

A Diretora do Greenpeace se reuniu com uma das primeiras caciques mulher do povo Munduruku. Para Maria Niceia Akay Munduruku, o rio é o sangue de seu povo. “A hidrelétrica ameaça tudo, não apenas os índios. Os animais – os pássaros, peixes, jabutis – também serão afetados. Eles não sabem o que está vindo para matá-los. A represa vai matar tudo, os rios, os peixes e a floresta. É por isso que os Munduruku são contra esse projeto”.

Leia a reportagem do Greenpeace Brasil. Veja o relatório completo (você irá para a página do Greenpeace que respeita a sua privacidade) e assine a petição (vale a pena dar uma olhada na página do Greenpeace, mesmo que você não assine, e ver pelo que eles estão trabalhando) “Deixe o Tapajós viver”.

McDiarmid também se juntou a outros caciques para um sobrevoo sobre a selva com o objetivo de testemunhar de perto a destruição causada pelas hidrelétricas já construídas na região. Em seguida, ela integrou um grupo de indígenas para ajudar na autodemarcação de seu território sagrado chamado de Sawré Muybu.

A autodemarcação de sua terra é uma das colaborações entre o povo Munduruku e o Greenpeace, como os workshops que ensinam a montar uma lâmpada e um forno a partir de energia solar. Também foi realizada a instalação de painéis solares nos centros comunitários de duas aldeias Munduruku para demonstrar como as fontes renováveis podem ser a solução energética para o país.

 

De camiseta roxa, Bunny ajuda índios Munduruku na fixação de uma placa demarcatória. Foto: © Lunaé Parracho / Greenpeace

De camiseta roxa, Bunny ajuda índios Munduruku na fixação de uma placa demarcatória. Foto: © Lunaé Parracho / Greenpeace

 

Parte importante desse trabalho de resistência contra a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós é a pressão internacional que os apoiadores do Greenpeace no mundo inteiro estão fazendo sobre as empresas multinacionais que fornecem a tecnologia para a obra. Empresas como a Siemens, envolvida na destrutiva hidrelétrica de Belo Monte, precisam reconhecer os impactos socioambientais da usina de Tapajós e deixar essa parceria. Por isso o Greenpeace criou uma plataforma online em 13 línguas onde as pessoas podem mandar suas mensagens aos Munduruku e a essas empresas.

Leia sobre o encontro de McDiarmid com o Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, em Brasília, que se posicionou contra a construção da Usina Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós.

Alice Braga

A atriz brasileira de fama internacional Alice Braga também visitou a Terra Indígena Sawré Muybu dos Munduruku e gravou um vídeo agradecendo pelas mais de um milhão de assinaturas:

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