Remédios de alto custo: pacientes voltam três vezes e não encontram nada

Quinta-feira, 26 de julho de 2018, às 19h40

Remédios como a ciclosporina e micofenolato continuam em falta e os pacientes precisam ligar diariamente para saber se chegaram. Alguns já peregrinam até a Farmácia de Alto Custo da Vila Mariana pela terceira vez neste mês.

Gerson Soares

Além disso, e mais cruel ainda, é saberem que na próxima terça-feira perderão o direito às doses referentes ao mês de julho/2018. De acordo com a SPDM (Sociedade para o Desenvolvimento da Medicina) é assim que funciona: se o remédio não chegar e o paciente não retirá-lo no mês de referência eles não entregam as doses anteriores. Portanto, à partir das 17 horas, do dia 31 de julho, finda-se a obrigação de entregá-los. E isso é legal?

Ainda não é possível saber, mas estamos em contato com entidades representativas da Medicina, como o Conselho Federal de Medicina e com o Ministério Público de São Paulo, os primeiros a se manifestarem contra essa humilhação que se processa há anos no Estado, orquestrada pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

Certo é que existe uma verba para a compra desses remédios ou pelo menos deveria existir provisão para comprá-los de acordo com a Constituição Brasileira. Como uma coisa leva a outra, se são comprados e não entregues, aonde estão os remédios? Se não são comprados, aonde está a verba? Ainda às duas questão, cabe outra, porquê?

Depois da investigação sobre o desvio de verbas da merenda escolar das crianças em São Paulo, não se pode duvidar de mais nada. Mas sobre os remédios de alto custo, replicamos a matéria Farmácia de Alto Custo da V. Mariana: falta de remédios para transplantados em SP para a grande mídia e o SPTV já publicou uma reportagem que pode ser vista em MPF pede explicações ao governo Federal sobre falta de remédios de alto custo para transplantados em SP.

Se você tem algo a dizer nos envie suas dúvidas e as questões pertinentes à falta de remédios de alto custo em quaisquer outras cidades do País, para que as autoridades e órgãos competentes tomem conhecimento da gravidade dessa questão que envolve o sofrimento e a vida de dezenas de milhares somente em São Paulo.