Publicação financiada pela FAPESP se baseia em relatos de pessoas atingidas pelo rompimento da barragem de rejeitos de minério de Fundão, em Mariana (MG).

Agência FAPESP


A partir dos relatos de pessoas atingidas pelo rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro de Fundão, em Mariana (MG), Gabriela de Paula Marcurio, doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), conseguiu acompanhar os desdobramentos do maior desastre socioambiental do Brasil.

O livro “A Máquina do Terror”, se divide em três capítulos: o primeiro trata do controle que as mineradoras passaram a exercer sobre a vida das pessoas atingidas desde o rompimento da barragem; o capítulo dois examina a luta por reparação por meio de documentos que contrastam as propostas das mineradoras com as reivindicações dos atingidos; e, finalmente, o capítulo três mostra as implicações do desastre para a noção de comunidade, conforme os relatos das pessoas atingidas de Paracatu de Baixo.

“Dessa análise, fica evidente a precariedade do processo de reparação conduzido pelas empresas mineradoras, vitimizando seguidamente as comunidades atingidas. Concluo que a memória é uma importante ferramenta de luta que atualiza a comunidade diante dos conflitos com as mineradoras, na tentativa de retomar seu modo de viver”, diz a doutoranda.

A obra é fruto da pesquisa de mestrado de Marcurio, orientada pelo professor Jorge Luiz Mattar Villela, da UFSCar, com bolsa da FAPESP.

A autora comenta que a publicação é voltada para o público geral, mas pode interessar especialmente pesquisadores que se dediquem a temas envolvendo mineração, reparação, comunidades rurais e estudos da memória.

O livro tem 240 páginas e pode ser comprado por R$ 67,92 pelo site da Editora da UFSCar (EdUFSCar).


Destaque – Imagem: Getty Images


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