Terça-feira, 28 de novembro de 2017 às 20h49
Relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) mostra que 7,3% das crianças brasileiras menores de cinco anos estão acima do peso. As causas vão desde a ingestão de comidas prontas até a falta de atividade física. O resultado da má alimentação e do sedentarismo é a obesidade, que vem acompanhada de outros problemas de saúde.
“A alimentação equilibrada da criança é fundamental para seu crescimento e desenvolvimento adequados. Oferecer alimentos com entrega recomendada de nutrientes evita os distúrbios nutricionais tanto na prevenção da obesidade como na subnutrição. Mas é preciso respeitar a vontade da criança: não forçar, insistir ou agradar. Muitas vezes, a recusa inicial se torna prazerosa posteriormente. Em algumas ocasiões pode ser permitido um doce, chocolate, sorvete, um suco integral, o bolo da vovó ou um pastelzinho de queijo. Nada de neuras”, afirma o pediatra Rubens Feferbaum, presidente do Departamento Científico de Nutrição da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
O médico alerta: “há de ter cuidado para não demonizar alimentos. Gorduras, por exemplo, podem ser fundamentais ao metabolismo energético e algumas delas são essenciais na formação do cérebro. Açucares são outra classe de nutrientes importantes para o metabolismo energético da criança. O problema está no excesso ou nas deficiências de ingestão de alimentos. Claro que aditivos artificiais para reforçar sabor, cor, odor devem ser evitados por ocasionar riscos de alergia e possíveis consequências em longo prazo.”
Uma refeição saudável começa no aleitamento materno, que deve ser exclusivo até o primeiro semestre da vida do bebê. A partir daí, mantem-se a amamentação e se inicia a chamada alimentação complementar, constituída por carnes, verduras, legumes, tubérculos, grãos e frutas.
“Próximo ao primeiro ano de vida, a criança pode se alimentar da comidinha caseira composta com os grupos de alimentos citados, porém preparados sem temperos fortes, com pouco sal, açúcar e gordura. A culinária e os bons hábitos alimentares regionais devem ser incentivados”, acrescenta Feferbaum.
O pediatra informa ainda que a alimentação deve ser variada e constituída de fontes nutricionais que garantam o crescimento adequado da criança tanto nos macronutrientes (proteínas, gorduras e carboidratos) como fornecer minerais como cálcio e micronutrientes como ferro, zinco e outros. Também é recomendada uma fonte proteica como leite, carnes, ovos, além de verduras, legumes e frutas oferecidos de maneira equilibrada durante as refeições do dia.
A hora da refeição também é sagrada. Nada de comer na frente da telinha (TV, celulares, joguinhos). O ideal é que sejam feitas em família com horários pré-estabelecidos e evitar consumo de alimentos fora de hora. E se hidratar com muita água natural! Na preparação do lanche escolar, as escolhas devem ser saudáveis, “com uma fonte proteica e energética, como pão integral e queijo branco, uma fruta ou um suco integral de boa qualidade”, aconselha o especialista.
Para saber se a criança está se alimentando corretamente, é preciso uma avaliação clínica do crescimento e orientação nutricional feita durante a consulta com o pediatra. “Toda criança merece e precisa ter um pediatra para assegurar o seu potencial de crescimento e desenvolvimento saudável!”, finaliza.
Leia mais sobre
MEDICINA&SAÚDE
Leia as últimas publicações