Quarta-feira, 9 de julho de 2014 às 16h45 – Atualizado às 21h44
Reportagem especial sobre a Revolução Constitucionalista de 1932
Célio Debes
Trecho do Digesto Econômico da ACSP, escrito em 2002.
Essa demonstração de grandeza moral, de amor a terra, às suas tradições e a seu pundonor, anteriormente arraigados em São Paulo, vai se esvaindo num indiferentismo, numa insensibilidade que quase não nos identifica mais com a grei de 32.
No presente, quando se nega, por puro fanatismo ideológico, o passado; quando se deixa perecer o patrimônio documental de nossos feitos, a pretexto de exaustão do Erário; quando as datas cívicas são relegadas ao esquecimento; quando as figuras que contribuíram para formação da nacionalidade são objeto de zombaria e desprezo, se está, nem sempre inconscientemente, laborando no sentido do esquecimento da noção de Pátria…
É de um comentarista de nossos dias a advertência:
“Como construir um projeto de Nação, quando a Nação não tem consciência de tal porque desconhece o seu passado? (…) Como construir um projeto de Nação, quando ninguém tem pioneiros a lembrar, quando os poetas não os cantam e os intelectuais preferem ver nos governantes passados apenas os defeitos humanos, desprezando suas qualidades de estadistas com visão de destino?” Oliveira S. Ferreira (OESP, 19-9-65).
É mister que se relembre o passado, que se celebrem seus pró-homens, que se cantem os feitos que nos fizeram Nação para que a Nação não pereça. 32 reúne todos esses fatores. É imperioso que se não olvide 32, a bem da memória brasileira, e, acima de tudo, da de São Paulo. É do sentimento de orgulho, expresso em cada ponto da Pátria, que se constrói o sentido de Nação.
No monumento, datado de 1935, há um poema de Guilherme de Almeida (ortografia atualizada):
Não é túmulo, é berço, é sementeira
De ideal, baliza do futuro, pista
Rastro de heróis na terra campineira
Sobre eles, cor a cor, lista por lista
Eternizou seu voo essa bandeira
Petrificou-se o pavilhão paulista
Bandeirantes: por vós, nesta jazida
Velam as pedras, que esta morte é vida.
Ao final desta reportagem especial todos os créditos ao Digesto Econômico da Associação Comercial de São Paulo, impressa em 2002, durante a presidência de Alencar Burti e do diretor João de Scatimburgo. Pesquisa e redação: Daíse Aparecida Oliveira. Fotografia: Walter de Freitas. Colaboração: Arquivo Histórico Municipal. Junho de 1992: Presidência de Lincoln da Cunha Pereira.
Ficamos honrados por contribuir com a divulgação de pequena parte desse documento histórico, editado sob a égide e em nome do patriotismo, do civismo. A edição final das matérias, além de pesquisas e imagens de arquivos próprios, foram elaboradas por Alô São Paulo para o site www.alotatuape.com.br publicado nas categorias Reportagens Especiais e História de São Paulo. e Revolução de 1932.
G.S.S.
Este menino, Oscar Rodrigues partiu, escondido, para a frente de combate, confirmando o slogan dos Batalhões Infantis: “Se necessário também iremos”. Foto Álbum de Família 1932
Os combates mais importantes aconteceram na região do Túnel da Mantiqueira, que divide São Paulo de Minas Gerais e que era considerado um ponto militar estratégico de grande importância. Foto: “Álbum de Família 1932”