Domingo | 24 de julho, 2022
Depois das denúncias contra a atuação de vigias noturnos motorizados na área de abrangência do distrito, no Tatuapé, diligências da Polícia Civil levaram ao indiciamento de dois motovigias e apreensão de uma moto utilizada por eles na noite do dia 6 de junho.
Trabalhando irregularmente, um deles com credencial vencida desde 2019, os vigias noturnos motorizados chamam atenção pela forma arcaica e antissocial com que tentam proporcionar vigilância aos seus contratantes, ou seja, moradores que se sentem inseguros ou que acabam pagando pelo serviço para evitar aborrecimentos. Eles utilizam sirenes com 120 decibéis de potência, quase o triplo do volume seguro para o ouvido humano.
Com a liderança do doutor William, Delegado Titular do 30º DP, a equipe liderada pelo chefe dos investigadores do distrito trabalhou com eficiência e proatividade, ao investigar as denúncias através dos boletins de ocorrências registrados em desfavor ao barulho. Ao verificarem as placas das motos utilizadas pelos vigias constataram que pelo menos duas delas estavam irregulares. Uma pertencia a pessoa já falecida e outra documentação era de um carro Ford Fiesta.
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Delegado do 30º DP aconselha aos cidadãos que se sentirem incomodados registrarem as ocorrências presencialmente ou por B.O. eletrônico. A queixa, obviamente, é mantida em sigilo.
Os vigias noturnos motorizados incorrem em diversos delitos quando transitam na contramão – como visto no vídeo acima – ou acionam sirenes instaladas nas motos. O barulho provocado por eles para evidenciar aos seus contratantes que estão passando pelas casas é extremamente nocivo como poderá ser lido nas próximas reportagens.
Por outro lado, infringem diversas leis. “A Polícia Civil trabalha com as ferramentas que possui e faz a sua parte”, destacou o doutor William do 30º DP. “Uma das motos já foi apreendida e será feita a perícia para levantar o nível de ruído provocado pela sirene”.
O Delegado Titular do 30º DP concorda que alguns problemas começam na origem, ou seja, nas leis que facultam aos cidadãos determinados direitos. Qualquer cidadão sabe que obter a permissão ou credenciamento – emitido somente pela Polícia Civil – para fazer vigilância de rua, não significa perturbar o sossego ou invadir a privacidade das pessoas, muito menos acionar sirenes.
É unânime entre autoridades e mesmo leigos que qualquer meliante ao perceber o som das sirenes vai se esconder ou esperar, e assim que o vigia noturno motorizado se afastar ele continuará com sua ação. Portanto, a sirene, ao contrário de ser instrumento de segurança como supostamente imaginam os pagantes do serviço, acaba sendo um alerta aos meliantes.
Em tempos de alta tecnologia e aplicativos quem pretende prestar ou contratar esse tipo de trabalho poderia refletir sobre modernizações, evitando processos e constrangimentos legais que podem levar à prisão.