Esta é uma condição desafiadora tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde. Mas com o avanço da medicina, há esperança para alívio e melhoria na qualidade de vida das pessoas que sofrem com a dor.
A cefaleia em salvas, também conhecida como “dor de cabeça em salvas”, é uma condição neurológica que afeta milhares de pessoas em todo o mundo. Para entender melhor essa condição e suas características, conversamos com o Dr. Marcelo Cedrinho Ciciarelli, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e coordenador do Departamento Científico de Cefaleia da ABN.
1. Características da dor da Cefaleia em Salvas:
:: A dor da cefaleia em salvas é intensa e tem características bem particulares.
:: Ela se localiza em um dos lados da cabeça e as crises ocorrem sempre do mesmo lado.
:: A dor irradia para a região frontal, temporal e a parte superior da face.
:: A duração de uma crise varia entre 15 e 180 minutos.
:: A frequência pode ser de 1 crise a cada 2 dias até 8 crises por dia.
:: Sintomas autonômicos, como lacrimejamento, olho vermelho, queda e/ou edema da pálpebra, contração da pupila, congestão nasal e coriza, estão associados à dor.
2. Diferenciação de outros tipos de Cefaleia:
:: A cefaleia em salvas possui características únicas, o que facilita o diagnóstico diferencial.
:: O nome “cefaleia em salvas” refere-se aos períodos dolorosos intercalados por remissões espontâneas.
:: Esses períodos podem durar entre 1 e 3 meses, com remissões variando de 6 meses a 2 anos.
3. Incapacidade e qualidade de vida:
:: A dor da cefaleia em salvas é considerada uma das mais fortes.
:: Durante as crises, os pacientes ficam completamente incapacitados para realizar atividades.
4. Causas desconhecidas:
:: As causas específicas da cefaleia em salvas ainda não são conhecidas.
5. Outros sintomas além da dor de cabeça:
:: Além da dor, os sintomas autonômicos mencionados anteriormente podem ocorrer.
6. Predominância em homens:
:: A cefaleia em salvas é mais comum em homens.
:: Fatores hormonais e riscos associados, como tabagismo e síndrome da apneia obstrutiva do sono, podem estar envolvidos.
7. Tratamento e estratégias de prevenção:
:: O tratamento agudo visa abortar as crises.
:: Estratégias incluem inalação de oxigênio puro ou uso de sumatriptana injetável.
:: Para prevenção, o verapamil é a droga de escolha.
:: Medidas temporárias, como bloqueio de nervos cranianos e corticoides, podem ser necessárias.
:: O anticorpo monoclonal galcanezumabe é uma opção recente para prevenção.
Nunca se esqueça: não tome medicamentos sem orientação médica, pois os tratamentos dependem de diversas análises por profissionais especializados.
Destaque – Imagem: aloart
Publicação:
Quarta-feira | 17 de julho, 2024