Domingo, 9 de outubro de 2016, às 06h25


General Ajax Porto Pinheiro visita região sul do país, a mais afetada; 30% do país foi danificado pela força do furacão Matthew. Comandante da missão da ONU, a MINUSTAH, explica por que eleições presidenciais precisaram ser adiadas.

ONU Brasil

Pelo menos 800 pessoas haitianos morreram após a passagem de um dos furacões mais agressivos da atualidade, o Matthew, que arrasou o sul do Haiti esta semana. Mais de 1,8 mil casas foram totalmente alagadas e centenas ficaram destruídas.

 

Cidade de Jeremie foi uma das mais afetadas pela passagem do furacão. Foto: Logan Abassi/ONU/MINUSTAH

Cidade de Jeremie foi uma das mais afetadas pela passagem do furacão. Foto: Logan Abassi/ONU/MINUSTAH

 

Segundo o ONU, o governo haitiano calcula que pelo menos 350 mil pessoas precisam de assistência humanitária no país. A Missão das Nações Unidas no país, MINUSTAH, trabalha com as autoridades locais prestando assistência à população.

O comandante das forças de paz está na capital, Porto Príncipe, de onde concedeu entrevista à Rádio ONU nesta sexta-feira (7). O general Ajax Porto Pinheiro foi de helicóptero para as áreas mais afetadas no sul do país e detalha o cenário de completa destruição.

“Tudo o que está a oeste da capital do departamento Sul, que é Les Cayes, tudo foi destruído, danificado. Inclusive o que chama a atenção é como a natureza foi afetada, como as árvores foram derrubadas, as plantações, os coqueiros foram arrancados pelo furacão. As plantações de banana foram destruídas, (foi) um desastre ambiental também. Não é só perda de vidas, claro que isso é o mais crítico, mas um desastre ambiental com muitas comunidades isoladas.”

Para facilitar o acesso a áreas que ficaram restritas e bloqueadas por entulho, as equipes da MINUSTAH já limparam as rodovias. O general Ajax Porto Pinheiro garante que a medida facilitará a entrega de mantimentos para os haitianos.

O comandante avalia que com 30% do país danificado pelo furacão Matthew, a melhor opção foi mesmo adiar as eleições presidenciais, que estavam marcadas para domingo (9).

“Tinha que ser adiado. Foi uma decisão, no meu ponto de vista, correta, porque as tropas estão mobilizadas para o apoio à população. Não é segurança, agora é ajuda humanitária. Todo mundo focado em ajuda humanitária. Se não tivesse sido adiado, o nosso planejamento era deslocar as nossas tropas para o apoio às eleições na quarta-feira. Ora, se hoje, sexta-feira, a gente continua em campo resolvendo o problema e vamos continuar até a próxima semana, pelo menos, não seria possível apoiar as eleições. Foi acertado.”

 

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